Guerra dos bonés: após governistas, oposição usa apetrecho para criticar Lula
Bonés continham os seguintes dizeres: ‘Comida barata novamente. Bolsonaro 2026′
Brasília|Rute Moraes e Lis Cappi, do R7, em Brasília

Deputados federais de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva usaram bonés como forma de protesto durante a abertura do ano legislativo, nesta segunda-feira (3).
Nos acessórios, estava escrita a frase: “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026″. No sábado (1°), parte da base do governo, incluindo ministros licenciados, usaram bonés com a frase: “O Brasil é dos brasileiros”, no momento da eleição das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado.
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Além do uso do boné, a oposição levou peças de picanha e pacotes de café ao plenário como forma de protesto. Em virtude da falta de Lula na cerimônia, os parlamentares questionaram: “Lula, cadê você? O povo está com fome e não tem o que comer”. Depois, gritaram “Fora, Lula”.
Para abafar os gritos, parlamentares governistas passaram a gritar “Sem anistia”, em alusão a uma proposta em discussão no Congresso Nacional para perdoar os crimes de pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Para conter os dois protestos, o presidente do Congresso Nacional e do Senado, senador Davi Alcolumbre (União-AP), pediu “cordialidade” por parte dos grupos.
Bonés usados pela ala governista
A ideia dos bonés da ala governista, segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, veio após um encontrou entre ele e um eleitor no Parque Arariba, em São Paulo, que o cobrou: “Ministro, não é possível! A gente usando boné de presidente de outros países. [...] Bora botar um boné do Brasil”, lembrou.
Padilha, então, pediu para Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação, bolar uma frase.
Apesar de a ideia ser também uma marca do governo de Donald Trump, que usa um chapéu estampado (Torne a América grande novamente, em tradução livre), ele garantiu que o gesto não é uma alfinetada ou resposta para o presidente norte-americano.
“Aqui ninguém bate continência para bandeira de outros países, não”, resumiu Padilha.