Ibaneis chamou extremistas de 'vagabundos' e mandou 'prender o máximo possível'
Governador afastado do DF enviou pedido ao secretário-executivo após a invasão de extremistas em Brasília, no último domingo (8)
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
Em uma troca de mensagens com o então secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira, o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), chamou os extremistas que invadiram as sedes dos Três Poderes de "vagabundos". "Coloca tudo na rua. Tira esses vagabundos do Congresso e prenda o máximo possível", escreveu Ibaneis logo após as invasões, às 15h39. Como o então secretário Anderson Torres estava nos Estados Unidos, era Oliveira que administrava a pasta.
Nas mensagens, Fernando vinha atualizando Ibaneis em relação aos atos extremistas. Antes, às 13h23, o secretário-executivo, por meio de áudios, havia dito que a situação estava tranquila, ao que o governador afastado respondeu: "Maravilha".
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Confira o conteúdo do áudio, recebido pelo R7:
"Governador, passar o último informe aqui, do meio-dia, para o senhor. Tudo tranquilo. Os manifestantes estão descendo lá do SMU [Setor Militar Urbano], controlados, escoltados pela polícia. Tivemos uma negociação para eles descerem de forma pacífica, organizada, acompanhada. Toparam. Não precisou conter lá em cima os ônibus. É um ou outro ônibus que vai descer. Se descer perto da Rodoviária [do Plano Piloto], eles desembarcam na alça leste e seguem acompanhados pela Polícia Militar. Então, assim, tá um clima bem tranquilo, bem ameno, uma movimentação bem suave e totalmente pacífica. Até agora, nossa inteligência está monitorando, não há nenhum informe de questão de agressividade. Esse é o último informe para o senhor. Tem aproximadamente 150 ônibus, já, no DF, mas todo mundo de forma ordeira e pacífica. Final do dia, final da tarde eu passo outro informe para o senhor. Abraço."
No dia seguinte ao dos atos de vandalismo, Ibaneis oficializou em cartório a troca de mensagens com o secretário-executivo. Na segunda-feira (9) à tarde, ele pediu uma ata notarial para "constatar mensagens enviadas e recebidas pelo aplicativo 'WhatsApp' em um aparelho celular".
Ibaneis prestou depoimento à Polícia Federal, de forma voluntária, nesta sexta-feira (13), por aproximadamente duas horas. "Respondi a todos os questionamentos e espero ter deixado claro que não tive qualquer envolvimento, seja por ação ou por omissão, com os fatos ocorridos no domingo", declarou ao R7.