CNJ considera conduta do juiz Eduardo Appio 'gravíssima' e o mantém afastado da Lava Jato
O magistrado teria, supostamente, se passado por um servidor da Justiça Federal em um telefonema com advogado
Brasília|Gabriela Coelho, Do R7
O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, manteve afastado o juiz Eduardo Appio, responsável pela operação Lava Jato em Curitiba. O pedido da defesa do juiz para que ele retornasse às atividades foi negado. Appio atuava na 13ª Vara Cível de Curitiba. "Evidenciam-se elementos suficientes à manutenção do afastamento do magistrado até o fim das apurações. Constata-se a gravidade das condutas praticadas, na medida em que a conduta do magistrado investigado [Appio] aparenta configurar possível ameaça a desembargador daquela Corte, havendo ainda elementos que apontam que o investigado se utilizou de dados e informações constantes do sistema eletrônico da Justiça Federal para aquela finalidade, passando-se por servidor do tribunal", disse o corregedor.
Appio está afastado da magistratura desde maio, após, supostamente, ter se passado por um servidor da Justiça Federal em uma ligação telefônica com o advogado João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
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"A utilização dessas informações para constranger ou intimidar desembargador do tribunal representa, por si só, em tese, conduta gravíssima e apta a justificar o afastamento provisório e cautelar do magistrado sob investigação."
Em maio, Salomão determinou a inspeção do funcionamento da 13ª Vara Federal de Curitiba e dos gabinetes dos desembargadores integrantes da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O corregedor levou em consideração a existência de diversas reclamações disciplinares contra juízes e desembargadores que atuam na Vara da Subseção Judiciária de Curitiba e na 8ª Turma do TRF-4.