Moraes vota para condenar terceiro acusado pelo 8 de Janeiro a 17 anos de prisão
Segundo Moraes, 'não há dúvida do robusto conjunto probatório' dos acontecimentos e da autoria do réu
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para condenar Matheus Lima de Carvalho Lázaro, o terceiro réu pelos atos do 8 de Janeiro, a 17 anos de prisão. Segundo Moraes, "não há dúvida do robusto conjunto probatório" dos acontecimentos e da autoria de Lázaro. "Se juntou a amigos, acompanhou a marcha, invadiu o Congresso, confessou. Não há dúvida da materialidade e autoria", afirmou o ministro.
Nunes Marques, revisor do caso, votou por condenar o réu a dois anos e seis meses. Barroso pediu para adiantar o voto e previu uma pena de 11 anos e seis meses. Zanin opinou por 15 anos de prisão. Fachin, Fux, Dias Toffoli e Cármem Lúcia acompanharam o relator e votaram por 17 anos de pena.
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Matheus foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com uso de substância inflamável.
Morador de Apucarana, no Paraná, ele viajou para Brasília de ônibus. O réu, segundo a PGR, seguiu com o grupo preso na praça dos Três Poderes na posse de estilingues, bombas, gasolina, álcool, vinagre, produtos inflamáveis e materiais utilizados para produzir o chamado "coquetel molotov". A denúncia diz ainda que o homem afirmou em 8 de janeiro que era preciso "quebrar tudo" no prédio do Congresso, de forma que o Exército entrasse para "tomar o poder".
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A defesa de Lázaro afirmou que a denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal (MPF) "é genérica, não havendo a descrição do fato delituoso, tampouco as condutas supostamente praticadas, e a peça acusatória apresentou tão somente circunstâncias políticas".
Advogada chora e diz que tem medo do STF
A advogada Larissa Claudia Lopes de Araujo, que defende o réu, começou a sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF) dizendo que o sonho dela era ser ministra, mas que atualmente tem vergonha da Corte. Ela chegou a chorar durante a defesa. A profissional também criticou Alexandre de Moraes e disse ter medo de estar ali. "Respeito esta Casa, respeito muito. Adoro a ordem que tem aqui, os seguranças quando se levantam", disse.
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Em atualização