No G20, Lula defende dois Estados como solução para conflito entre Israel e Hamas
Presidente brasileiro voltou a sustentar cessar-fogo permanente e libertação imediata de todos os reféns do grupo terrorista
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar nesta quarta-feira (13) que o Brasil vai continuar trabalhando por um cessar-fogo permanente entre Israel e o grupo terrorista Hamas e defendeu o empenho da comunidade internacional em uma "solução de dois Estados, vivendo lado a lado em segurança”. A declaração foi dada na reunião de abertura da sessão conjunta do G20, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
“O Brasil continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas. É fundamental que a comunidade internacional trabalhe para a solução de dois Estados, vivendo lado a lado em segurança. Sem ação coletiva, essas múltiplas crises podem multiplicar-se e aprofundar-se. As desigualdades estão na raiz dos problemas que enfrentamos, ou contribuem para agravá-los”, completou.
“Não nos convém um mundo marcado pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental. Suas consequências seriam imprevisíveis para a estabilidade geopolítica. O Brasil segue de luto com o trágico conflito entre Israel e Palestina. A violação cotidiana do direito humanitário é chocante e resulta [na morte de] milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças”, afirmou.
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G20
As primeiras reuniões da presidência brasileira do G20 ocorreram na segunda (11) e terça-feira (12), com o encontro da Trilha de Sherpas. Nesta quarta (13), das 9h às 17h30, participam também da reunião os respectivos ministros das Finanças e autoridades de bancos centrais do G20. Depois, na quinta (14) e na sexta-feira (15), das 9h às 16h, estão previstas mais reuniões da esfera financeira.
A atuação do G20 é dividida em duas linhas: a Trilha de Sherpas e a Trilha de Finanças. A Trilha de Sherpas é comandada por emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações, discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho. O sherpa indicado pelo governo brasileiro é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.
Em fevereiro, nos dias 21 e 22, estão previstas outras reuniões, dessa vez ministeriais, da Trilha de Sherpas, no Rio de Janeiro. O encontro presencial estará sob a coordenação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Ainda no mesmo mês, nos dias 28 e 29, é a vez de São Paulo sediar a reunião ministerial da Trilha de Finanças. Também de forma presencial, o evento terá a coordenação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O governo brasileiro inovou na presidência temporária e, na tentativa de tornar o G20 um fórum mais acessível e representativo, vai fazer reuniões em todas as cinco regiões do país. As cidades-sede que vão receber os encontros dos grupos de trabalho são: Brasília (DF), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Foz do Iguaçu (PR), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA), São Luís (MA) e Teresina (PI).
O mandato brasileiro será de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. Criado em 1999 como forma de coordenação em nível ministerial entre os países, o G20 é formado pelas 19 maiores economias do mundo e pela União Europeia. O grupo responde por cerca de 80% do PIB mundial e 75% do comércio internacional, bem como por dois terços da população e 60% do território do planeta.
Recentemente, Lula anunciou que o Brasil vai criar duas forças-tarefa — uma contra a fome e a desigualdade e a outra sobre a mudança climática —, além de uma iniciativa de bioeconomia. A presidência brasileira do grupo vai ter um eixo condutor para a redução das desigualdades. Segundo ele, três linhas de ação vão estruturar os trabalhos: inclusão social e combate à fome e à pobreza; transição energética e desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global.