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Pacheco afirma ser 'difícil' texto da reforma tributária ser aprovado no Senado sem alterações

Cronograma apresentado pelo relator da proposta Eduardo Braga prevê a votação no plenário no começo de outubro 

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília


Projeto da reforma tributária foi entregue no dia 3/08
Projeto da reforma tributária foi entregue no dia 3/08 Jonas Pereira/Jonas Pereira/Ag�ncia Senado

O presidente do Senado, Rodrigo (PSD-MG) Pacheco, afirmou que o texto da reforma tributária deve sofrer alterações durante a apreciação dos senadores. "Acho muito difícil se manter integralmente", disse Pacheco durante um evento em São Paulo na sexta-feira (18). Segundo o plano de trabalho aprovado pela Comissão de Constituição de Justiça, o texto deve ser votado na primeira semana de outubro.

"A previsão do relator [senador Eduardo Braga (MDB-AM)], que é bem plausível, cumprindo todas as fases de audiências públicas, ouvindo todos os setores [...], os estados da Federação e o Distrito Federal, a nossa meta apreciação pelo Senado Federal é no início de outubro", completou.

O presidente do Senado participou de uma discussão sobre o texto promovida pela Insper, uma instituição de ensino superior.

Rodrigo Pacheco também ressaltou que existe um ambiente entre os senadores que reconhece a "necessidade da reforma". "Evidentemente o Senado tem suas contribuições e aprimoramentos. Eu acho que a própria Câmara dos Deputados reconhece que algumas coisas foram inseridas - especialmente naquele último momento - para que, no Senado, pudesse ter algum tipo de alteração."


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Tramitação no Senado

O texto da PEC foi aprovado na madrugada do dia 7 de julho pelos deputados federais depois de mais de 12 horas de discussão. O relator da proposta no Senado é Eduardo Braga (MDB-AM), que também admite que o texto sofrerá mudanças.


Braga pretende realizar sete audiências em comissão do Senado para ouvir diversos setores - como indústria, comércio e agronegócio. "Esperamos fazer as nossas audiências públicas, divididas por setores — produtivos, representativos e federativos —, para até o mês de outubro levar ao plenário do Senado."

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Entre as premissas que vão embasar o parecer, o relator adiantou que não admitirá aumento de tributos e, portanto, vai perseguir a neutralidade da taxação. "O brasileiro não aguenta pagar mais impostos. Há que se ter uma trava para não termos acréscimo de impostos em função da reforma", justificou o senador.

Pelo cronograma, o relatório deve ser apresentado em 27 de setembro para que seja votado em 4 de outubro.

A reforma

A mudança no sistema tributário do país prevê, num primeiro momento, alterações nos impostos que incidem sobre o consumo. O texto determina a substituição de cinco deles:

PIS, Cofins e IPI (tributos federais) — por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União; e

ICMS (tributo estadual) e ISS (tributo municipal) — por um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será administrado por estados e municípios.

A proposta aprovada também prevê três alíquotas para o futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA):

• alíquota geral;

• alíquota 50% menor para atividades como transporte público, medicamentos, produtos agropecuários in natura, serviços médicos e de educação; e

• alíquota zero para alguns medicamentos e para setores como saúde, educação, transporte público e produtos do agronegócio.

Cesta básica

A cesta básica nacional de alimentos também foi incluída na alíquota zero. De acordo com o texto, fica instituída a Cesta Básica Nacional de Alimentos, "em observância ao direito social à alimentação". A lei complementar vai definir os produtos destinados à alimentação humana que vão compor a cesta e ter alíquota zero.

Segundo a proposta, o período de transição para unificar os tributos vai durar de 2026 a 2032. A partir de 2033, os impostos atuais serão extintos. O relator do texto na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), propõe o início da transição em 2026. Nessa etapa, o IVA federal terá alíquota de 0,9%, e o IVA estadual e municipal, de 0,1%.

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Exceções

A Zona Franca de Manaus e o Simples manteriam suas regras atuais. E alguns setores teriam regimes fiscais específicos: operações com bens imóveis, serviços financeiros, seguros, cooperativas, combustíveis e lubrificantes, planos de saúde.

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