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R7 Brasília

Relatório da CPMI do 8/1 será 'pá de cal' na teoria que tentava responsabilizar governo, diz Padilha

Texto da relatora, senadora Eliziane Gama, deve ser apresentado nesta terça-feira; oposição articula um relatório paralelo

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Relatório de Eliziane deve ser votado na quarta
Relatório de Eliziane deve ser votado na quarta

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (16) que o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos extremistas do 8 de Janeiro vai "enterrar" o argumento de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as instituições democráticas foram responsáveis pela invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília. "A apresentação do relatório final da CPMI [que deve ocorrer nesta terça (17)] vai sacramentar de vez e botar pá de cal na teoria terraplanista que tentava responsabilizar governo, Congresso e Supremo pelos atos", ressaltou Padilha a jornalistas.

O ministro argumentou que a teoria foi "disseminada" pela oposição desde o começo das investigações. "A direita passou pano para os atos. Esperamos que o relatório possa indiciar todos aqueles com evidências de planejar, executar ou financiar os atos. Vamos acompanhar de perto a apresentação do relatório", disse Padilha. 

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A previsão é que o parecer final, elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), seja apresentado nesta terça (17) e submetido à votação do colegiado no dia seguinte. Segundo o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), após a leitura do parecer, os parlamentares de oposição terão 40 minutos para apresentar um voto em separado.

Maia anunciou que não haverá pedido de vista, ou seja, não vai acatar mais tempo para analisar o relatório e não vai votar requerimentos durante a reunião de 18 de outubro. Nos bastidores, há a expectativa de que Eliziane inclua no relatório o indiciamento de pessoas ligadas ao governo Bolsonaro, mesmo que não tenham prestado depoimento à CPMI.


É o caso, por exemplo, do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro. O militar chegou a ter a oitiva agendada duas vezes, mas o depoimento não aconteceu. Na última tentativa, Arthur Maia decidiu cancelar a reunião que ouviria o ex-ministro.

Ainda assim, parlamentares da base governista acreditam que os depoimentos aos quais a comissão teve acesso são suficientes para ligar os atos de vandalismo ao grupo do ex-presidente.


Parlamentares oposicionistas

Já pela parte da oposição, houve a tentativa de convocação de personagens do governo Lula, como o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o coronel Sandro Augusto de Sales Queiroz, que era chefe do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional no dia 8 de janeiro. Os requerimentos de convocação, no entanto, foram derrotados em votações.

A oposição também articula a apresentação de um relatório paralelo, elaborado pelo ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e agora deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A intenção é pedir o indiciamento de Dino e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, por supostas omissões durante a invasão das sedes dos Três Poderes.

Depoimentos e documentos da CPMI

No início dos trabalhos, a relatora Eliziane Gama alegou que a comissão reconstituiria a cronologia dos atos de vandalismo. Assim, o primeiro depoimento foi o do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, em que ele falou sobre as operações da corporação que obstruíram rodovias no segundo turno das eleições de 2022.

Também foram ouvidos o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Leonardo de Castro; George Washington de Oliveira Sousa, um dos condenados por planejar a explosão de uma bomba perto do aeroporto de Brasília; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid; e o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

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