Segunda-feira começa com perícia no STF e no Congresso e reunião de líderes sobre atos de vandalismo
Manifestantes que não aceitam a vitória do presidente Lula nas urnas também depredaram o Palácio do Planalto, neste domingo
Brasília|Do R7, em Brasília
![Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadem o prédio do Supremo Tribunal Federal](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/PTF6WTGPYNPEHL724Q3ZEP7EPY.jpg?auth=04623d38d764a3f4f2e16de1240ff56913f2271c01375ae5540b969937e9fe46&width=771&height=419)
O edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional ficarão fechados nesta segunda-feira (9) para passar por perícia e avaliação dos prejuízos. A interdição ocorrerá um dia após os prédios terem sido invadidos e depredados por manifestantes que não aceitam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro. O Palácio do Planalto também foi destruído.
Em uma nota divulgada neste domingo (8), a presidente do STF, ministra Rosa Weber, considerou os manifestantes "criminosos, vândalos e antidemocratas". Para Weber, o Brasil viveu "uma página triste e lamentável de sua história, fruto do inconformismo de quem se recusa a aceitar a democracia".
"O STF atuará para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos. O prédio histórico será reconstruído. A Suprema Corte não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao Estado democrático de Direito", afirmou Rosa Weber.
Reunião de líderes
O primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), convocou uma reunião de líderes para esta segunda (9), para tratar da crise provocada pelos atos de vandalismo. O encontro está previsto para começar às 10h.
"Diversos parlamentares solicitaram providências das forças de segurança para dispersar o grupo de baderneiros que ocupou o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Muitos elogiaram o anúncio, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro", informou o Senado.
![Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/IQ3RDY63LJIZJAGFG6WU5VRIUM.jpg?auth=1795eea8a8ba7ba35e48c46756b652b921d0c27fb6cfbd055d4e93b0051bdcdb&width=771&height=419)
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se manifestou nas redes sociais a respeito da destruição causada nos prédios públicos. "Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência", escreveu.
Veja abaixo imagens da destruição causada no Palácio do Planalto, no Congresso e no STF:
Manifestantes contrários a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furaram o bloqueio realizado na Esplanada dos Ministérios pela Polícia Militar do Distrito Federal, na tarde desta domingo (8).
Manifestantes contrários a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furaram o bloqueio realizado na Esplanada dos Ministérios pela Polícia Militar do Distrito Federal, na tarde desta domingo (8).
Vandalismo
Os atos antidemocráticos aconteceram na área central de Brasília, neste domingo (8), por eleitores que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro nas últimas eleições.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes subiram a rampa do Congresso Nacional e invadiram a parte superior do edifício, onde ficam as cúpulas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, além do Salão Verde, localizado dentro do prédio.
Depois, o grupo invadiu o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, local onde o presidente despacha, em Brasília. O petista não estava na capital federal no momento, e sim em Araraquara, para uma visita solidária ao município do interior paulista após os estragos causados pelas chuvas.
Manifestantes invadiram, ainda, o edifício-sede do STF. No local, vidros foram quebrados, e objetos, destruídos nas dependências da Corte. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram inicialmente a porta arrancada do armário que o ministro Alexandre de Moraes utiliza para guardar a toga.
Exoneração e pedido de desculpas
Diversas autoridades, como a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), repudiaram as invasões. O episódio fez ainda com que o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que foi ministro de Justiça na gestão de Jair Bolsonaro, fosse demitido do cargo.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), divulgou um vídeo (assista abaixo) no início da noite deste domingo em que pede desculpa ao presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gravação foi publicada depois que manifestantes radicais invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).
O chefe do Executivo distrital também pede desculpa à presidente do STF, a ministra Rosa Weber, e aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente.