Sidônio toma posse, critica Meta e diz que comunicação é guardiã da democracia
Novo ministro da Secretaria de Comunicação Social foi empossado por Lula em agenda em Brasília
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira, afirmou nesta terça-feira (14), durante cerimônia de posse do cargo, que a área é guardiã da democracia e prometeu melhorar a divulgação das ações do Executivo.
Responsável pela campanha presidencial em 2022, o marqueteiro assume o posto em momento de mudança estratégica na área comunicacional do governo, com vistas às eleições de 2026. Na agenda, chamou o novo emprego de “desafio” e informou se inspirar em Lula.
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No início de seu discurso, Sidônio confessou que nunca esteve em seus planos assumir o comando da Secom. O marqueteiro informou que vai comandar a pasta com o “sentimento de justiça”. Depois, listou diversos feitos pelo governo petista até o momento.
“Esse trabalho não está sendo recebido por parte da população. A população não consegue ver as virtudes do governo... Para fazer frente ao movimento, não basta apenas chamar o marqueteiro. Precisamos ampliar nossa concepção do papel da comunicação no novo mundo”, afirmou Sidônio.
Na cerimônia, Sidônio criticou a decisão da Meta – dona do Facebook, Instagram e WhatsApp – de encerrar a checagem de dados feita por atores externos às plataformas. Na avaliação do novo ministro, a decisão é ruim porque afeta a democracia e promove um “faroeste digital”.
“Medidas como as anunciadas recentemente pela Meta são ruins, porque afrontam os direitos fundamentais e a soberania nacional, promovendo um faroeste digital. Buscaremos incentivar os processos regulatórios e garantir que a população tenha acesso às informações. Defendemos a liberdade de expressão. Lamentamos que o extremismo esteja distorcendo esse conceito para viabilizar a liberdade de manipulação”, afirmou.
O publicitário tomou posse no lugar de Paulo Pimenta, que estava no comando da Secom desde o início do mandato de Lula, com breve passagem pela chefia do ministério temporário para reconstrução do Rio Grande do Sul. Tanto Sidônio quanto Pimenta têm falado que a mudança serve para dar novo rumo à comunicação do governo federal, alvo de críticas públicas de Lula em dezembro.
A troca é a primeira confirmação da nova reforma ministerial de Lula. As alterações completas devem ser feitas até o fim deste mês. A tendência — segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou em entrevista — é que as mudanças ocorram até 21 de janeiro, dia em que o presidente vai reunir os 38 ministros para a primeira reunião geral do ano.
Perfil
Sidônio tem longa trajetória no marketing político, com passagens pelas corridas petistas vitoriosas de Rui Costa e Jaques Wagner, ambos para o governo da Bahia, além de ter comandado a campanha de Fernando Haddad para a presidência em 2018. A experiência foi um dos fatores que o credenciou para assumir a Secom, pasta responsável por comunicar à sociedade as ações do governo.
Formado em engenharia, Sidônio iniciou sua trajetória política na Universidade Federal da Bahia, onde foi líder estudantil e vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes, em uma chapa ligada ao PCdoB. A transição para a comunicação política começou em 1992, quando integrou a equipe de campanha de Lídice da Mata, que se tornou a primeira mulher eleita prefeita de Salvador.