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TV box e outros decodificadores piratas de televisão por assinatura serão bloqueados, diz Anatel

Agência afirma que esse tipo de equipamento pode ser a porta de entrada para ataques cibernéticos e obtenção de dados pessoais

Brasília|Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília

Carlos Baigorri, presidente da Anatel, durante entrevista coletiva sobre o lançamento do plano
Carlos Baigorri, presidente da Anatel, durante entrevista coletiva sobre o lançamento do plano Carlos Baigorri, presidente da Anatel, durante entrevista coletiva sobre o lançamento do plano

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) lançou nesta quinta-feira (9) um plano para bloquear os aparelhos conhecidos como TV box e outros tipos de decodificadores piratas de sinal de televisão. A agência estima que de 5 a 7 milhões de equipamentos piratas que capturam o sinal de emissoras de televisão por assinatura estejam conectados atualmente no Brasil. 

De acordo com a instituição, desde 2018, 1.439.134 de decodificadores piratas foram apreendidos em parceria com instituições como a Receita Federal e a Polícia Federal. O valor total estimado desses produtos é de quase R$ 400 milhões.

A agência alerta que os decodificadores podem dar acesso a todos os equipamentos conectados na mesma rede."Todas as informações do celular eles têm capacidade de capturar e roubar. No internet banking, no tablet do seu filho. Tudo o que estiver na rede. E esses equipamentos podem ser controlados por terceiros. Então, você pode estar dormindo e esse cara dar comandos para o equipamento ligar", detalha o presidente da Anatel, Carlos Baigorri.

Esses aparelhos podem ainda ser usados por criminosos para fazer ataques cibernéticos sem que o proprietário fique sabendo. "Essa magnitude, somada à capacidade de processamento de todos esses equipamentos, que podem trabalhar em conjunto, conseguem derrubar redes, se tornando um problema de segurança nacional", explica Tercius.

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O plano da Anatel é mapear e desativar a estrutura digital que dá acesso ilegal à TV por assinatura. "O objetivo é bloquear o acesso aos servidores de conteúdo. Esse bloqueio vai afetar equipamentos não homologados", detalha Hermano Barros Tercius, superintendente de fiscalização da agência.

Isso significa que os aparelhos de TV box e similares deixarão de funcionar. "Esse bloqueio vai ser feito de forma gradual. E vai ser feito de forma a não afetar nenhum endereço, nenhum IP que seja legítimo", explica Tercius.

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A agência vai criar um grupo com dez servidores distribuídos pelas cinco regiões do país para cuidar do trabalho. "Esse grupo técnico vai ser responsável por definir o que vai ser bloqueado e quando".

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As denúncias de disponibilização, comercialização e uso desses dispositivos podem ser feitas por organizações ou cidadãos, por qualquer canal de comunicação com a Anatel, como o telefone 133 ou pelo portal Anatel Consumidor.

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Plano prevê combater também comercialização

De acordo com o conselheiro da Anatel Moisés Moreira, a maioria dos marketplaces, como são chamados os grandes portais de vendas de produtos, já estão em contato com a Anatel para firmar termos de parceria que prevêem a interrupção da venda de aparelhos não homologados. Além disso, "praticamente todos os portos e aeroportos do nosso país estão vigilantes quanto a esses produtos."

Prejuízo à economia

Márcio Novaes, presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), explica que esse tipo de equipamento traz prejuízos às empresas que estão regularizadas no mercado de radiodifusão. "Hoje, a rádio e a TV concorrem com plataformas digitais e mídias sociais que faturam em cima de mentiras, atuam como empresas de mídia vendendo publicidade em cima de notícias falsas e, pior, anunciam produtos piratas, como esses aparelhos que a Anatel vem apreendendo e combatendo com rigor. Precisamos acabar com isso", afirma.

Sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília
Sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília Sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília

Papel da Anatel

De acordo com a Anatel, aparelhos que não foram homologados podem ser configurados para acessar conteúdo sem haver pagamento ou liberação de direitos autorais, o que é crime. Além disso, "tanto a comercialização quanto a utilização de produtos para telecomunicações irregulares são passíveis de sanções administrativas que podem ir de advertência a multa, além da apreensão dos equipamentos", informa a agência, em nota.

Para evitar esse problema, basta conferir se o aparelho usado tem o selo da agência. Todos os equipamentos de telecomunicações no Brasil devem passar por homologação para comercialização e uso. "O processo de avaliação da conformidade e homologação busca garantir padrões mínimos de qualidade e segurança", explica a Anatel.

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