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‘Espero que a justiça seja feita’, diz irmã de uma das três vítimas de feminicídio na Grande BH

Polícia investiga três casos de feminicídio registrados em quatro dias na região metropolitana; as vítimas tinham entre 20 e 46 anos

Minas Gerais|Lucas Eugênio e Asafe Alcântara, da RECORD MINAS

Polícia investiga três casos de feminicídio registrados em quatro dias
Polícia investiga três casos de feminicídio registrados em quatro dias Reprodução/Record Minas

Na última despedida à irmã, a massoterapeuta Vitória da Fonseca Santos relembra a relação próxima entre as duas. Maria Luiza da Fonseca Gomes Costa foi morta aos 26 anos em Pedro Leopoldo, na região Metropolitana de Belo Horizonte. O principal suspeito do crime é o companheiro da vítima. Em quatro dias, foram registrados três feminicídios na Grande BH. As mulheres tinham entre 20 e 46 anos.

“Ela era incrível. Eu amo ela, eu amava ela muito. Era eu e ela pra tudo, ela cuidava de mim igual a minha mãe. Eu nem consigo descrever ela. Não tinha nada o que reclamar dela. Tudo o que eu precisava ela estava comigo, em todo momento, nunca me deixou sozinha, nunca me deixou sentir sozinha”, contou.

Vitória conta que a irmã e o companheiro chegaram em casa discutindo, por volta das 3h. A massoterapeuta morava em uma casa vizinha a do casal e pediu que eles parassem com a discussão, porque estava tarde. Ela conta que eles dormiram e voltaram a discutir mais tarde.

“Umas 4h30 ele acordou e começou a brigar com ela. Ele levantou e eles continuaram discutindo. Eu só escutei ela fazendo um suspiro. Depois tudo ficou calado. Eu cheguei a mandar uma mensagem pra ela, porque senti que tinha acontecido alguma coisa, mas ela não me respondeu mais”, detalhou.


A massoterapeuta entrou em contato com a irmã, mas não foi respondida. Vitória conta que escutou o suspeito conversando com a mãe no telefone, pedindo que ela buscasse ele. Quando ele saiu da casa, Vitória entrou na residência e encontrou a irmã morta com um golpe de faca.

Vitória pediu socorro para os vizinhos, quando encontrou a irmã. “Eu corri, fui na rua, chorei, gritei e os vizinhos me acudiram. Eles chamaram a polícia e o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pra mim. Eu não consegui fazer nada”, explicou.


A irmã conta que o casal não tinha um histórico de brigas. “Ele não demonstrava ser agressivo. Nunca foi de ficar brigando. Na hora que eles brigaram, eu nunca imaginei que ele iria fazer alguma coisa ou algo do tipo”, detalhou.

“Eu espero que a justiça seja feita, porque isso acontece no mundo inteiro. Todo dia acontece isso e nada acontece”, pediu Vitória.


Violência no fim de semana

Outras duas mulheres foram mortas no fim de semana em Belo Horizonte. O ex-marido de uma das vítimas e o companheiro da outra são os principais suspeitos dos crimes.

No bairro Olaria, na região do Barreiro, Sandra Maria Fonseca foi morta durante a madrugada de domingo (06) dentro de casa, pelo ex-marido. Eles já estavam separados, mas o homem não aceitava o fim do relacionamento.

De acordo com a Polícia Militar, um dos filhos do casal recebeu uma ligação do pai, informando que teria enforcado a vítima. Quando os militares chegaram ao local, ela já estava morta. O suspeito fugiu logo após o crime. A despedida de Sandra foi em um velório municipal na região do Barreiro.

No Aglomerado Ventosa, na região Oeste de Belo Horizonte, Thayná Silva Rosa, de 20 anos, foi morta pelo companheiro dentro do apartamento do casal. A suspeita da polícia é que ela tenha sido asfixiada. Segundo parentes, depois do crime, o homem foi até a casa da mãe dele e confessou o crime. A mãe fez com que ele fosse até uma delegacia e se entregasse à polícia. O rapaz foi preso por feminicídio.

O casal estava junto há sete anos e moravam juntos há dois anos. A família conta que o relacionamento do casal era tranquilo. “Ela não relatava, acho que foi um surto de momento mesmo. Ela era uma pessoa mais reservada, não gostava de sair, mas ele não tinha o histórico de pessoa agressiva”, contou Trajano Rosa, pai da vítima.

Além desses casos, uma mulher sobreviveu a uma tentativa de feminicídio no bairro Colégio Batista, na região Leste, e outra foi agredida em Contagem, na região Metropolitana. Os casos são investigados pela polícia.

Dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), 411 mulheres foram mortas ou vítimas de tentativa de feminicídio em Minas Gerais. Entre janeiro e fevereiro deste ano, 19 mulheres morreram e 41 foram vítimas de tentativa de feminicídio.

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