Tarifas de Trump são 'operação de guerra' para setor de frutas brasileiro, diz Abrafrutas
Ele afirma que a área precisa se planejar com seis meses de antecedência e que a logística de exportação pode ser prejudicada
Record News Rural|Do R7
O Brasil, que possui cerca de 2,5 milhões de hectares dedicados ao cultivo de frutas e gera cerca de 5 milhões de empregos no setor, está enfrentando uma grande apreensão devido ao anúncio do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, a partir de 1º de agosto.
Em entrevista ao programa Record News Rural, Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas), afirma que, apesar do crescimento expressivo nas exportações de frutas brasileiras — um aumento de 27% em volume e 12% em valor monetário no primeiro semestre de 2025 —, a tarifa de 50% torna inviável o envio de manga para os Estados Unidos. “É uma operação de guerra. Precisamos nos planejar com antecedência de seis meses", comprar embalagens, reservar contêineres e garantir que os importadores norte-americanos possam receber e distribuir a fruta.
A manga brasileira, que tem uma janela de exportação tradicionalmente entre agosto e outubro, é especialmente estratégica, com cerca de 2.500 contêineres enviados anualmente para os EUA. Coelho ressaltou que, se não for possível enviar a manga para os EUA, não há como direcioná-la para a Europa, que já tem seus fornecedores, ou mesmo para o mercado interno, o que resultaria em grandes perdas e demissões no setor.
"Estamos todos desorientados. O prejuízo não é só nosso, mas também nos Estados Unidos," disse Coelho. Ele ressaltou a importância do diálogo entre os governos e mencionou reuniões com autoridades brasileiras, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre Favreau, para discutir soluções. Coelho também propôs que o governo brasileiro sugira que alimentos sejam isentos de tarifas, visando minimizar os impactos econômicos globais, dado o cenário de insegurança alimentar.
Últimas



