Casos de dengue nas primeiras semanas de 2025 caem pela metade em relação a 2024
Ministério da Saúde contabiliza ao menos 48.245 casos prováveis neste ano; 2024 teve 112.956 ocorrências nas primeiras semanas
Saúde|Rafaela Soares e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O Brasil contabiliza ao menos 48.245 casos prováveis de dengue e quatro mortes pela doença desde o início de 2025, segundo dados do painel do Ministério da Saúde atualizados nessa terça-feira (14). Outras 47 mortes são investigadas pela pasta.
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Os números deste ano mostram que houve queda na comparação com o início de 2024, quando o país teve 112.956 casos prováveis e 102 mortes por dengue nas duas primeiras semanas epidemiológicas.
Em números absolutos, o estado com mais casos no início deste ano é São Paulo, com 25.827. O top 3 também é composto por Espírito Santo (4.679) e Paraná (3.970). As mortes já confirmadas ocorreram em Minas Gerais (duas), Amapá e São Paulo.
Para combater a doença, o Governo Federal criou, na última quinta-feira (9), um Centro de Operações de Emergência em Saúde para Dengue e outras Arboviroses. A estratégia inclui o uso de tecnologias para controlar o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Entre as ações, destaca-se a liberação de mosquitos infectados com uma bactéria que impede a transmissão dos vírus.
Além disso, o Ministério da Saúde adquiriu 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue, que serão utilizadas como medida complementar. Também estão previstas campanhas educativas para orientar a população sobre a importância de evitar água parada, um dos principais criadouros do mosquito transmissor.
Quiz dengue
Alerta para o sorotipo 3
Segundo o Ministério da Saúde, no segundo semestre do ano passado houve uma expansão da circulação do sorotipo DENV-3 do vírus da dengue, sobretudo nas últimas semanas de 2024.
A pasta diz que esse sorotipo havia circulado em alguns estados da região Norte em 2023 e alerta que a proliferação dele representa “ameaça à saúde pública para os demais estados, uma vez que a baixa imunidade populacional, após um longo período de circulação esporádica, pode contribuir para o aumento exponencial de casos e sobrecarga das redes de vigilância, diagnóstico e assistência”.
Os estados que mais tiveram casos de infecção por DENV-3 no ano passado foram Amapá (31,8%), São Paulo (28,7%) e Minas Gerais (18,2%).
Também registraram circulação desse sorotipo: Paraná (9,3%), Roraima (4,8%), Pará (4,2%), Pernambuco (0,8%), Mato Grosso do Sul (0,55%), Santa Catarina (0,3%), Rio de Janeiro (0,3%), Alagoas (0,25%), Maranhão (0,25%), Amazonas (0,1%), Bahia (0,1%), Goiás (0,1%), Tocantins (0,1%), Mato Grosso (0,05%), Paraíba (0,05%) e Piauí (0,05%).
Monitoramento
Nesta semana, o Ministério da Saúde enviou equipes técnicas a quatro estados brasileiros para apoiar ações locais de controle de arboviroses, como a dengue.
As visitas começaram na segunda-feira (13) em Vitória (ES), São José do Rio Preto (SP) e Rio Branco (AC). Na terça-feira, foi a vez de Foz do Iguaçu (PR) receber a missão técnica. As ações fazem parte de uma estratégia antecipada para o controle da dengue e outras arboviroses, com foco no período sazonal da doença.
Desde 2023, a pasta vem monitorando a situação epidemiológica no Brasil e reservou R$ 1,5 bilhão para fortalecer ações de combate às arboviroses.
Casos de dengue em 2024
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses revelam que, em 2024, o Brasil registrou 6.636.763 casos prováveis de dengue e 6.068 mortes pela doença. Além disso, 831 óbitos ocorridos no ano passado estão sob investigação. O coeficiente de incidência foi de 3.122 casos para cada 100 mil habitantes.
A maior parte dos casos prováveis (55%) ocorreu entre mulheres. Quanto ao recorte de raça/cor, 41,7% foram registrados entre brancos, 35% entre pardos, 5,1% entre pretos, 1,1% entre amarelos e 0,2% entre indígenas, enquanto 16,9% dos registros não especificaram essa informação. A faixa etária de 20 a 29 anos concentrou o maior número de casos, com 1.218.460, seguida pelas de 30 a 39 anos (1.072.550) e 40 a 49 anos (1.007.032).
São Paulo liderou em número absoluto de casos prováveis (2.181.414), seguido por Minas Gerais (1.692.110) e Paraná (654.377). No entanto, o Distrito Federal apresentou o maior coeficiente de incidência, com 9.353,7 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (7.935,7) e Paraná (5.534).