O deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) completa 1 ano preso nesta segunda-feira (24) e segue com o recebimento de salários e benefícios do cargo de parlamentar. Os gastos da Câmara neste período superam R$ 1 milhão.O político se tornou réu no caso Marielle e é investigado como um dos mandantes da morte da vereadora fluminense, em 2018. Os desdobramentos levaram à prisão do deputado em março do ano passado e deram início a um processo para avaliação do mandato dele como deputado.A avaliação, no entanto, está estacionada na Câmara há seis meses. O último desdobramento ligado ao cargo de Brazão ocorreu em setembro de 2024, quando a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) negou um recurso apresentado pela defesa dele contra a perda do cargo.A etapa sucedeu à decisão do Conselho de Ética, que votou a favor da retirada do mandato do parlamentar. Mas para confirmar a eventual cassação, é necessária análise plenário da Câmara, que ainda não tem previsão para acontecer.Conforme apurou o R7, menções ligadas à votação do mandato fizeram parte de uma das reuniões de líderes e houve um entendimento geral entre deputados para uma resposta “em breve”. Enquanto não houver uma decisão, Brazão segue com benefícios do cargo parlamentar — como o pagamento de salários, uso de um imóvel funcional e a manutenção de 24 funcionários do gabinete. Os registros de pagamentos de 2025 ainda não foram atualizados pela Câmara, mas levando em consideração os meses de 2024, os gastos superaram R$ 1 milhão.Veja os gastos mensais da Câmara com Brazão, com todas as despesas somadas:A reportagem entrou em contato com a defesa do parlamentar para uma consulta ligada às etapas de processo e à atualização do caso. Em relação ao processo de Brazão, o advogado responsável do caso informou esperar pelo cumprimento de diligências para entrar em fase de alegações finais, mas não respondeu aos questionamentos ligados ao mandato do parlamentar.A Câmara dos Deputados foi contatada para informações ligadas às atividades cumpridas pelos 24 funcionários do gabinete, mas não respondeu até a publicação. O espaço segue aberto em caso de retorno.