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Daniella Marques anuncia criação de canal de diálogo para mulheres na Caixa

Anúncio da nova presidente do banco vem em meio às denúncias de assédio por parte do ex-presidente Pedro Guimarães

Brasília|Victória Olímpio, do R7, em Brasília

Daniella Marques, nova presidente da Caixa Econômica Federal
Daniella Marques, nova presidente da Caixa Econômica Federal

Daniella Marques, nova presidente da Caixa Econômica Federal, anunciou que vai criar, nos próximos 30 dias, um canal de diálogo exclusivo para mulheres da empresa, com funcionamento 24 horas por dia, nos sete dias da semana. Segundo ela, o objetivo é fortalecer controles de assédio na Caixa e evitar novos casos.

O projeto chega em meio a denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães, que pediu demissão da presidência da Caixa na última quarta-feira (29). As investidas teriam ocorrido contra funcionárias do banco. O Ministério Público Federal (MPF) investiga os casos apresentados, e o economista nega as acusações. 

"Uma a cada quatro mulheres é vítima. As mulheres ativas economicamente são vítimas de assédio sexual no trabalho. Minha proposta é para que além de apurar, daqui para a frente, a Caixa seja o grande agente de proteção e promoção das mulheres na sociedade", defendeu Daniella.

A nova presidente também pediu apoio dos funcionários do banco e reforçou a necessidade de tratar as denúncias como um caso isolado: "Acima de tudo, a gente precisa preservar a imagem do banco e preservar essa situação. O primeiro passo foi o afastamento de outras pessoas, sem presunção de inocência ou culpa. O segundo passo vai ser criar uma estrutura aqui dentro, independente e permantente".


Confira a entrevista completa com Daniella Marques, nova presidente da Caixa

Marques reforçou a necessidade de extinguir esse tipo de situação, que vem sendo normalizada: "Ao longo da carreira assisti coisas que foram normalizadas, chamo de comportamento inadequado de homens no ambiente de trabalho, principalmente no setor financeiro, e isso não é aceitável mais".


"Carreira é um exercício de propósito e todo mundo que está trabalhando é porque faz bem e isso não tem nada a ver com sexo, gênero, cor, raça ou idade, tem a ver com vocação e vontade. Preciso entender as dores e me aprofundar não só das mulheres envolvidas, mas das que se sentiram invadidas", finalizou a presidente.

Denúncias de assédio sexual no governo federal aumentam 65% em 2021

Dados da CGU (Controladoria-Geral da União) mostram que denúncias de assédio sexual dentro do governo federal aumentaram 65% no ano passado em comparação com 2020. Em 2021, houve 251 manifestações, entre comunicações e denúncias, de assédio sexual em 95 unidades federais, entre elas diversos órgãos do governo, incluindo ministérios, universidades, institutos federais e hospitais. Já em 2020, o número foi de 152.


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Estatais, como a Caixa Econômica Federal, não estão no rol de órgãos. Neste ano, de janeiro a junho, já são 218 denúncias. Os dados, do painel "Resolveu?", também mostram um aumento nos relatos de assédio moral. Em 2021, foram 1.982 manifestações; em 2020, 1.468; em 2019, 820. Neste ano, os números chegam a 1.153.

A CGU afirmou que a base de dados se refere às manifestações recebidas pelos órgãos do Executivo por meio da plataforma Fala.BR, que teve os primeiros dados coletados em dezembro de 2014. O uso da plataforma passou a ser obrigatório em setembro de 2018. Conforme o órgão, se antes recebia em média 76.899 manifestações ao ano, a partir de 2019 o número saltou para mais de 700 mil por ano.

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