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R7 Brasília

Dino vai pedir à AGU que processe vândalos e peça indenização por danos em atos antidemocráticos

Ministro da Justiça e Segurança Pública afirmou que os detidos já são 1.500; ele aproveitou para defender o ministro da Defesa

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, durante entrevista coletiva
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, durante entrevista coletiva

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou na tarde desta segunda-feira (9) que os extremistas que depredaram as sedes dos três poderes no domingo (8) serão processados para ressarcir a União dos danos causados.

"Foram realizadas perícias pela Polícia Federal, nos locais atacados, visando à instrumentalização dos inquéritos da PF e à responsabilização civil, para que a AGU [Advocacia-Geral da União] cobre indenização de quem perpetrou danos materiais, alguns irreparáveis. As perícias são para aparelhar as ações de indenização", declarou o ministro.

Questionado sobre as declarações de José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, Dino defendeu o colega e afirmou que ele está à frente de uma das pastas mais complicadas do governo federal. "A lealdade de Múcio não pode ser colocada em cheque. Ele optou por um caminho democrático e não pode ser julgado por isso."

Dino concedeu entrevista coletiva no Palácio da Justiça, em Brasília. Ele estava acompanhado dos delegados-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal, Antônio Fernando Oliveira e Andrei Rodrigues, respectivamente.


Governadores de cerca de dez estados, segundo Dino, enviaram contingentes para fortalecer a ação da Força Nacional. Aproximadamente 500 profissionais de fora do DF estão à disposição. "Esse envio visa a apoiar as providências que serão adotadas ao longo da semana, na proteção à Esplanada dos Ministérios e à praça dos Três Poderes", informou.

De acordo com o ministro, houve quebra de acordo entre as forças de segurança do DF e o governo federal. "O que acertamos para a posse [do presidente Lula, em 1º de janeiro] com o Governo do DF foi fielmente cumprido. Acreditávamos que o planejamento de segurança feito para ontem seria cumprido. Infelizmente, não foi", lamentou.


Ainda no domingo (8), a PRF apreendeu 40 ônibus de comitivas com extremistas em rodovias federais que saíam da capital do país. Alguns, inclusive, em deslocamento. "Em um deles, havia arma de fogo, o que mostra que havia preparação para atos de violência", citou o ministro.

Inquéritos separados

Para cada local invadido, será aberto um inquérito policial separadamente. Ou seja, serão instaurados três, relativos à invasão e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e da sede do Supremo Tribunal Federal. Os inquéritos serão conduzidos pela Polícia Federal e vão reunir financiadores e organizadores dos atos.


"Não é possível distinguir [de quais setores partiram os financiamentos], mas houve, sim, cabalmente, financiamento. Temos a relação dos contratantes dos ônibus, que serão chamados a prestar esclarecimentos", afirmou Dino.

Presos

Ao todo, mais de 1.500 pessoas estão detidas por participação em atos antidemocráticos praticados em Brasília. Um levantamento feito no começo da tarde desta segunda-feira (9) pelas forças de segurança do DF indica que os extremistas estão na sede da Polícia Civil, na Superintendência da Polícia Federal e na Academia da PF.

Estão entre os presos estão vândalos que atacaram o Congresso, o Planalto e o STF. Também se somam a eles os extremistas que resistiram à desmobilização do acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército.

O R7 acompanhou a movimentação e a chegada dos ônibus para transportar os detidos. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) iniciou a desocupação do acampamento por volta das 8h desta segunda (9). Os manifestantes tiveram uma hora para realizar a saída voluntária. O descumprimento motivou as prisões.

A operação da PMDF e a prisão dos manifestantes radiciais cumprem determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que deu o prazo de 24 horas para a desmobilização do acampamento. O magistrado também afastou do cargo o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Para conter os atos, o presidente Lula decretou intervenção federal em Brasília, válida especificamente para a área de Segurança Pública.

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