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Em depoimento à CPMI, Vasques nega que tenha direcionado operações da PRF no Nordeste

Ex-diretor-geral da PRF apresentou dossiê, com mais de 300 páginas, sobre a atuação da Polícia Rodoviária Federal

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Silvinei Vasques durante depoimento à CPMI
Silvinei Vasques durante depoimento à CPMI

Em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, nesta terça-feira (20), o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques negou que tenha direcionado as operações da corporação à região Nordeste no dia do segundo turno das eleições. Vasques levou um dossiê, com mais de 300 páginas, sobre a atuação da polícia e afirmou que a corporação sofreu "a maior injustiça já realizada na história". Vasques é investigado por usar o cargo para apoiar bloqueios ilegais em rodovias, numa tentativa de inteferir nas eleições de 2022. Ele foi à CPMI acompanhado de dois advogados.

"Não é verdade que as operações tenham sido direcionadas. Lembrando que as polícias trabalham com georreferenciamento e estatísticas. Então, o Nordeste tem o maior efetivo, a maior rede viária, a segunda maior frota de ônibus e vans do Brasil. No Nordeste também é onde, infelizmente, ocorreu a maior quantidade de prisões por crimes eleitorais nas últimas cinco eleições e a maior apreensão de armas de fogo", disse. 

O depoimento de Vasques visa esclarecer o que aconteceu em 30 de outubro de 2022, quando policiais rodoviários federais realizaram bloqueios em diversas rodovias do Nordeste, supostamente para impedir que eleitores comparecessem às urnas nos locais onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegou a ampliar o horário para as pessoas votarem, além de pedir explicações à PRF. A corporação informou, no dia, que o foco era evitar possíveis crimes eleitorais.

Em abril, o Ministério da Justiça divulgou que foram constatados três desvios de padrão relacionados à atuação da PRF por ocasião do segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro do ano passado.


Leia mais: Moraes diz que operações da PRF não prejudicaram eleições

Um deles mostra que houve uma atuação maior dos policiais rodoviários federais na região Nordeste em comparação às demais regiões. Segundo o ministério, foram fiscalizados 2.185 ônibus no Nordeste no dia 30 de outubro do ano passado. No Centro-Oeste, foram 893 ônibus; na região Sul, 632; no Sudeste, 571; e no Norte, 310.


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Segundo Silvinei, no entanto, as operações da PRF no dia do segundo turno não prejudicaram as eleições. "Não existe nenhum brasileiro que deixou de votar nas eleições por causa das abordagens dos policiais rodoviários federais. Nenhum ônibus foi apreendido", afirmou.

Processos disciplinares

Silvinei também disse que não foi notificado sobre os processos disciplinares e administrativos na Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal. Em abril, a imprensa noticiou que o ex-corregedor da PRF Wendel Benevides Matos escondeu da Controladoria-Geral da União (CGU) 23 denúncias que envolvem o ex-diretor-geral. "Isso é uma fake news da imprensa. Não existiu isso", comentou.

No entanto, ele confirmou que é réu em um processo que corre na Justiça do Rio de Janeiro, sob acusação de improbidade administrativa. A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal, que alegou que Vasques usou indevidamente o cargo em benefício eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, isso porque ele fez uma postagem de cunho político durante a campanha eleitoral do ano passado. "Eu sou um cidadão. Nunca cometi crime eleitoral. Usei meu celular, minha rede social, no meu horário de folga", disse. 

Ele também afirmou que tinha uma relação profissional com Bolsonaro. "Só tenho foto com ele porque, infelizmente, ele foi o único presidente que deixou tirar foto. É uma honra ter uma foto com o presidente", disse.

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