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Fábio Wajngarten diz que Bolsonaro 'jamais acessou o ConecteSUS'

'Nunca soube senha, nunca manuseou. Não houve pedido do presidente', disse o ex-secretário ao deixar a sede do PL, em Brasília

Brasília|Camila Costa, do R7, em Brasília

Wajngarten diz que Bolsonaro não acessou ConecteSUS
Wajngarten diz que Bolsonaro não acessou ConecteSUS Wajngarten diz que Bolsonaro não acessou ConecteSUS

O ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL) Fabio Wajngarten afirmou nesta quarta-feira (3) que o ex-presidente nunca acessou o sistema ConecteSUS.

"Nunca soube senha, nunca manuseou. Não houve pedido do presidente", declarou Wajngarten ao deixar a sede do PL, em Brasília, onde Bolsonaro passou a tarde em conversas com aliados políticos. O ex-presidente é um dos investigados em uma operação da Polícia Federal que apura a atuação de um grupo criminoso que supostamente inseria dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

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Ainda segundo Wajngarten, Bolsonaro sempre deixou claro que não se vacinou e, por isso, não teria interesse em manipular dados relacionados à própria imunização. Além disso, ele afirmou que Bolsonaro, no cargo de presidente, não teria obrigação de apresentar documento de comprovação de vacina para entrar em outros países. "Para países onde precisava de qualquer teste ou vacina, o presidente fazia teste anteriormente à viagem ou declinava", disse.

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Fabio Wajngarten declarou ainda que Bolsonaro vai depor após a defesa se inteirar dos autos do processo. "Todo mundo sabe que o presidente não se vacinou. Todo mundo sabe que o cartão de vacinação do presidente já foi alvo de hackeamento. A defesa vai estudar o que se encontra nos autos e no momento oportuno vai se manifestar pelo agendamento do depoimento do presidente", disse.

A defesa do ex-presidente confirmou que uma nova data será marcada para o depoimento. "Não sei se ainda nessa semana, mas, inclusive, é interesse nosso que se promova quanto antes essa oitiva", declarou o advogado. 

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Bolsonaro disse que não existe adulteração por parte dele no documento de vacinação e reiterou não ter tomado o imunizante por "decisão pessoal". "Fico surpreso com a busca e apreensão com esse motivo", afirmou o ex-presidente.

Entenda a Operação Venire

A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (3) 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva na Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema ConecteSUS, do Ministério da Saúde. Entre os beneficiados ilegalmente estariam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a filha dele, Laura Bolsonaro.

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Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão inclusive na casa de Jair e Michelle Bolsonaro. O celular do ex-presidente foi apreendido.

Foram presos Mauro Cid e Luis Marcos dos Reis, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro; Max Guilherme de Moura e Sergio Cordeiro, seguranças do ex-presidente; Ailton Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro em 2022; e João Carlos de Souza Brecha, secretário da prefeitura de Duque de Caxias (RJ).

De acordo com a Polícia Federal, as inserções falsas foram feitas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. O crime teria sido praticado para burlar restrições sanitárias e viajar para destinos como os Estados Unidos, que exigiam vacinação à época para entrar no país. As informações foram excluídas posteriormente.

"A apuração mostra que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", afirma a corporação.

Os envolvidos são investigados por crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. As ações ocorrem dentro do inquérito policial que investiga as chamadas "milícias digitais", supostas organizações de difusão de informações falsas na internet com o objetivo de influenciar resultados eleitorais e atentar contra a democracia.

O nome da operação deriva do princípio jurídico venire contra factum proprium, que significa "ninguém pode comportar-se contra os próprios atos". De acordo com a nota da Polícia Federal, "é um princípio-base do direito civil e do direito internacional, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa".

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