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Governo e oposição apostam em nomes midiáticos e experientes para CPMI; veja indicações

Expectativa é que a comissão seja instalada na próxima semana; serão 16 membros titulares da Câmara e 16 do Senado

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Vândalos invadiram o Congresso em 8 de janeiro
Vândalos invadiram o Congresso em 8 de janeiro

A comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para apurar os atos extremistas de 8 de janeiro começa a traçar um perfil de atuação com as escolhas dos integrantes por parte das lideranças partidárias. Governo e oposição apostam em parlamentares midiáticos e com experiência no jogo político. O objetivo de ambos é dar visibilidade e tentar vencer durante a disputa pela versão de cada lado.

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Aliados de Jair Bolsonaro (PL) esperam a participação dos filhos do ex-presidente e de ex-ministros para dar corpo e estabelecer uma defesa firme ao governo anterior, cientes de que a base do governo atual vai sustentar a ideia de que os ataques às sedes dos Três Poderes foram motivados por falas do ex-chefe do Executivo federal, especialmente o questionamento da credibilidade das urnas eletrônicas.


Os nomes da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e do senador Marcos do Val (Podemos-ES) já foram confirmados. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) são cotados para vagas de titulares. O acordo que tem sido costurado é para que pelo menos um dos filhos do ex-presidente componha a comissão para defender os interesses diretos do pai.

A oposição vai tentar mostrar que a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi omissa quanto aos anúncios dos ataques e que a falta de ação permitiu o episódio. Parlamentares do grupo prometem levar documentos que comprovariam "inércia proposital" por parte da gestão atual. 


Os governistas, por sua vez, decidiram abraçar a CPMI depois de considerar inevitável sua instalação, sobretudo após a divulgação de imagens do Palácio do Planalto que mostram servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o então ministro-chefe da pasta, Gonçalves Dias, em meio aos vândalos durante as invasões em 8 de janeiro. Com o comando dos trabalhos e maioria na composição, a ideia é direcionar as investigações. 

Com o objetivo de garantir mais uma cadeira à base aliada de Lula e tirar uma vaga da oposição, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mudou de bloco para mexer na proporcionalidade. Ele quer ser um dos membros da CPMI. "Não perco essa festa", disse. 


Randolfe fez parte da liderança da CPI da Pandemia. A base do governo no Congresso Nacional quer emplacar o mesmo time que encabeçou as investigações durante a emergência sanitária por ele ser constituído de parlamentares considerados "de peso" entre os governistas. Estão cotados também os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM). 

Pelo sistema de rodízio adotado no Congresso, a relatoria da comissão ficaria com o Senado. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) é uma possibilidade, mas Calheiros seria o nome de destaque. No entanto, por ser o principal adversário político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a expectativa é que o cargo fique com Eduardo Braga, o que evitaria embate entre defensores da pauta do governo. 

A presidência ficará com um aliado de Lira, indicado pelo superbloco capitaneado pelo presidente da Câmara. Depois que o deputado André Fufuca (PP-MA) afirmou ao R7 que iria "declinar" da possibilidade de liderar a CPMI, o caminho ficou livre para o principal cotado: o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA).

"Eu entro para essa comissão buscando a verdade, temos que fazer o resgate histórico do que aconteceu no dia 8 de janeiro, até para que as outras gerações saibam como o Brasil reagiu no 8 de Janeiro", afirmou Maia. 

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a expectativa é instalar a comissão nesta semana. Serão 16 vagas de titulares para cada uma das Casas, além das suplências.

Veja os principais cotados e indicados para comporem a CPMI:

Senado

• MDB

Renan Calheiros (AL) – cotado

Eduardo Braga (AM) – cotado

• União Brasil

Sergio Moro (PR) – cotado

• Rede

Randolfe Rodrigues (AP) – cotado

• PSD

Eliziane Gama (MA) – indicada

Omar Aziz (AM) – cotado

Otto Alencar (BA) – cotado

• PT

Fabiano Contarato (ES) – cotado

Humberto Costa (PE) – cotado

• PL

Flávio Bolsonaro (RJ) – cotado

Jorge Seif (SC) – cotado

Magno Malta (DF) – cotado

• PP

Esperidião Amin (SC) – cotado

• Republicanos

Damares Alves (DF) – indicada

• Novo

Eduardo Girão (CE) – cotado

• Podemos

Marcos do Val (ES) – indicado

Câmara

• PT-PCdoB-PV

Lindbergh Farias (PT-RJ) – cotado

Rubens Pereira Júnior (PT-MA) – cotado

Rogério Correia (PT-MG) – cotado

• PSOL-Rede

Erika Hilton (SP) – cotada

Chico Alencar (RJ) – cotado

Tarcísio Motta (RJ) – cotado

• PP

André Fufuca (AL) – cotado

• PDT

Duda Salabert (MG) – indicada

• PSD

Paulo Magalhães (BA) – indicado

• Republicanos

Silvio Costa Filho (PE) – cotado

• União Brasil

Arthur Maia (BA) – cotado

Kim Kataguiri (SP) – cotado

• MDB

Emanuel Pinheiro Neto (MG) – cotado

Rafael Neto (AL) – cotado

• PSB

Hildelis Duarte Júnior (MA) – indicado

• PL

Eduardo Bolsonaro (SP) – cotado

André Fenandes (CE) – cotado

Nikolas Ferreira (MG) – cotado

Delegado Alexandre Ramagem (RJ) – cotado

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