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Liderança feminina nos partidos diminui com ida de Gleisi Hoffmann para ministério

Entre as 29 legendas políticas registrados no TSE, apenas cinco seguirão comandadas por mulheres

Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

Brasília (DF) 07/02/2024 – A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), é a convidada do programa na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) - `DR com Demori.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Com ida para ministério, Gleisi Hoffmann deixa presidência do PT Joédson Alves/Agência Brasil - 7.2.2024

A saída da deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) da presidência do PT para assumir a Secretaria de Relações Institucionais vai reduzir ainda mais a representação de mulheres em comandos de partidos políticos no país. Dos 29 com registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), só cinco terão mulheres na liderança. Gleisi ficaria na presidência do PT até julho, mas antecipou a saída ao ser escolhida para um cargo no governo federal.

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A petista conduziu o partido por quase oito anos, tendo vencido a primeira eleição em 2017, quando se tornou a primeira mulher a comandar a legenda. Ela deixou o posto na sexta-feira (7), e a presidência do partido será ocupada de forma temporária pelo senador Humberto Costa (PE).

Ele segue no posto até julho, quando haverá uma nova eleição para o comando do PT. O favorito para vencer é o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva.

Segundo registro do TSE, que ainda será atualizado com a saída de Gleisi, seis políticas conduzem legendas no país. São elas:


  • PT - Gleisi Hoffmann
  • PCdoB - Luciana Santos
  • PMB (Partido da Mulher Brasileira) - Suêd Haidar Nogueira
  • Rede Sustentabilidade - Heloísa Helena
  • PSOL - Paula Coradi
  • Podemos - Renata Abreu

Para a cientista política Marcela Machado, que atua na Universidade de Brasília, a baixa representação de mulheres à frente de partidos indica o quão masculina é a estrutura interna dentro das legendas. O cenário também interfere na participação política feminina.

“Se a gente tem mais mulheres nessas estruturas partidárias, em instâncias de poder, de presidência, existe também essa possibilidade de que essas mulheres possam ser incentivadoras de mais candidaturas de mulheres, que abram mais espaço para candidaturas femininas e que encorajem mulheres a entrarem no mundo político”, diz.


Uma mudança interna entre legendas é vista por Machado como um dos caminhos para incentivar avanços de representatividade na política.

“Enquanto os partidos não trazerem as mulheres, não somente para as candidaturas, mas para ocupar esses cargos da estrutura interna, para fortalecer as mulheres dentro dos partidos não somente da militância, mas também na presidência, a gente vai continuar avançando a passinhos de formiga na questão da representatividade feminina”, avalia.


Afastamento não é obrigatório

A decisão de deixar o comando da legenda não atende a uma regra específica. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, por exemplo, continua na presidência do PCdoB desde que foi indicada à pasta, no início do governo Lula 3.

“Não há uma legislação específica que exija a desincompatibilização de presidentes de partidos políticos para assumirem cargos de ministro no governo federal”, afirma a advogada Luciana Carneiro, que faz parte da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político).

No entanto, a saída de Gleisi pode ter acontecido para que a gestão dela no governo federal a afaste conflitos de interesses, visto que na nova atribuição ela terá de fazer negociações com parlamentares.

“É comum que líderes partidários se afastem de suas funções ao ingressarem no governo, visando evitar potenciais conflitos de interesse e garantir uma distinção clara entre as atividades governamentais e partidárias. Um exemplo disso ocorreu com Ciro Nogueira, que, ao ser nomeado ministro-chefe da Casa Civil em 2021, licenciou-se da presidência nacional do PP”, comenta Carneiro.

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