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PF faz busca e apreensão na casa de ex-chefe do setor de presentes de Bolsonaro

Marcelo da Silva Vieira foi demitido da função em janeiro deste ano; em abril, ele depôs na PF sobre o caso das joias sauditas

Brasília|Do R7, em Brasília

PF faz buscas na casa de Marcelo da Silva Vieira
PF faz buscas na casa de Marcelo da Silva Vieira PF faz buscas na casa de Marcelo da Silva Vieira

A Polícia Federal realiza na manhã desta sexta-feira (12) busca e apreensão de documentos na casa de Marcelo da Silva Vieira, ex-funcionário da Presidência da República no governo Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Vieira é ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência e foi demitido em janeiro deste ano.

Capitão de corveta da reserva, ele tinha como função classificar os presentes recebidos pelo presidente. Em abril, Vieira depôs na PF sobre o caso das joias sauditas.

Em março, a defesa de Bolsonaro entregou à Caixa Econômica Federal as joias dadas pela Arábia Saudita ao ex-chefe do Executivo brasileiro. Avaliado em cerca de R$ 500 mil, o kit, composto de relógio, caneta, anel, abotoaduras e masbaha (um tipo de rosário), foi oferecido a Bolsonaro em 2021.

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A entrega foi feita pelo advogado Paulo Cunha Bueno, após a determinação, por unanimidade, do Tribunal de Contas da União (TCU). A corte decidiu também, em 15 de março, que as armas dadas a Bolsonaro pelos Emirados Árabes devem ser entregues à Diretoria de Polícia Administrativa da Polícia Federal, em Brasília.

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Na última sexta-feira (5), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse, em entrevista exclusiva ao JR Entrevista, que a corporação enviou investigadores à Suíça para atestar o real valor das joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita a Bolsonaro e que foram apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos. Os itens de luxo, da marca suíça Chopard, foram estimados em R$ 16,5 milhões.

“A nossa investigação está na fase de perícias. Nossa equipe está na Suíça para fazer contato com a origem das joias, para que a gente tenha um laudo técnico que ateste que são aquelas pedras e a valoração delas, e com isso permitir a conclusão do inquérito policial a partir dos depoimentos que vamos colher”, afirmou Rodrigues.

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Entenda o caso

Os itens foram trazidos para o Brasil por uma comitiva do Ministério de Minas e Energia, que representou o governo brasileiro em um evento na Arábia Saudita, em outubro de 2021. A comitiva, liderada pelo então ministro Bento Albuquerque, trouxe dois pacotes com presentes sauditas da marca Chopard.

O caso também é alvo de um pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) protocolado na Câmara dos Deputados em 8 de março. No requerimento, parlamentares argumentaram que é necessário investigar as denúncias da entrada irregular das joias no país. "As condutas incorrem no completo desrespeito aos princípios que regem a vida e os agentes públicos", diz o pedido.

Joias apreendidas

O governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o país um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões. As joias eram um presente do regime saudita ao então presidente e à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos.

Estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque, que viajou para o Oriente Médio em outubro de 2021.

Ao saber que as joias haviam sido apreendidas, o ministro retornou à área da alfândega e tentou usar o cargo para liberar os diamantes. Foi nesse momento que Albuquerque disse que se tratava de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle.

A cena foi registrada pelas câmeras de segurança, como é de praxe nesse tipo de fiscalização. Mesmo assim, o agente da Receita reteve as joias, porque, no Brasil, é obrigatória a declaração ao Fisco de qualquer bem que entre no país cujo valor seja superior a 1.000 dólares.

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