Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Reciprocidade é ‘padrão da diplomacia’, diz Rui Costa sobre tarifaço dos Estados Unidos

Ministro da Casa Civil reforçou que haverá reunião entre o governo brasileiro, liderado por Alckmin, e representantes dos EUA na sexta

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Ministro diz que governo vai buscar medidas para baixar preços dos alimentos
Rui Costa comentou tarifaço nesta quarta José Cruz/Agência Brasil - 22.1.2025

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira (12) que a reciprocidade é o “padrão da diplomacia” ao comentar o tarifaço determinado pelos Estados Unidos. Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de o Brasil também impor tarifas aos EUA, medida já abordada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Rui Costa disse que a reciprocidade é o padrão da diplomacia internacional.

O ministro reforçou também que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), vai ter uma reunião com representantes do governo dos EUA nesta sexta-feira (14) e que é esperado um entendimento entre os governos.

Veja Mais

“A palavra reciprocidade é usada muitas vezes nas relações diplomáticas e relações econômicas porque é assim que os países se comportam: de forma recíproca. Esse é o padrão. No caso concreto, a decisão [de quais medidas serão adotadas pelo governo brasileiro] só será tomada após essa reunião de sexta”, afirmou.

Na avaliação de Rui Costa é possível chegar a um entendimento entre os governos. “O presidente [Lula] só tomará uma posição e alguma medida após essa reunião, acreditando que pode chegar a algum entendimento”, informou.


Mais cedo, entretanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não pretende adotar medidas de retaliação contra os Estados Unidos após o anúncio do presidente Donald Trump da imposição de uma tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio.

Segundo Haddad, a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é buscar o diálogo e a negociação para resolver a questão.


Entenda

O chamado tarifaço tem causado repercussão e posicionamentos de diversos governos que mantêm relações comerciais com os EUA. O presidente Lula, por exemplo, mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (11), em meio às discussões sobre eventual taxação de produtos brasileiros vendidos.

O brasileiro pediu “respeito” e declarou “não ter medo de cara feia”. Como parte da política protecionista do republicano, tarifas sobre produtos estrangeiros têm sido aplicadas pelos Estados Unidos a países como Brasil, México e Canadá. As tarifas de 25% sobre aço e alumínio passam a valer nesta quarta (12).


“Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado. Quero sair da Presidência entregando mais do que eu prometi nas eleições. O Brasil passou a ser um país respeitado. O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser menor. Queremos ser iguais. Porque, sendo iguais, a gente aprende a se respeitar mutuamente”, declarou Lula, em agenda em Betim (MG).

Por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin, o país tem dialogado e mantido conversas diplomáticas para evitar as tarifas. Na segunda-feira (10), Alckmin afirmou que o Brasil não é um “problema” para os Estados Unidos, no contexto das tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano.

Segundo o vice-presidente, a relação comercial entre os países é superavitária para os EUA, ou seja, eles exportam mais do que importam do Brasil.

“Os Estados Unidos têm um grande déficit na balança comercial, importam mais do que exportam. Mas esse não é o caso do Brasil. Com o Brasil, os Estados Unidos têm superávit comercial tanto na balança de bens quanto na de serviços. O Brasil não é problema”, destacou Alckmin.

Diálogos

O vice-presidente também garantiu que equipes do governo brasileiro já iniciaram negociações para tentar minimizar os impactos das novas tarifas. As declarações foram feitas em entrevista a uma rádio, em meio à escalada de tensão com o chamado “tarifaço” promovido pelos EUA.

Nesta semana, o presidente Donald Trump assinou ordens executivas e adiou para 2 de abril a aplicação de tarifas sobre o México e o Canadá. A isenção vale para produtos já listados no acordo de livre comércio entre os países. No entanto, as sobretaxas sobre aço e alumínio foram mantidas.

Na quinta da semana passada (6), Alckmin conversou, por videoconferência, com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. A chamada durou cerca de 50 minutos. A expectativa é que novos encontros para tratar do tema ocorram nos próximos dias.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.