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Relógio do século 17 destruído em 8 de janeiro tem conserto, diz embaixador da Suíça

Técnicos suíços virão ao Brasil ainda este semestre para levantar se há todas as peças necessárias e realizar a restauração

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Relógio de Balthazar Martinot, destruído em 8 de janeiro
Relógio de Balthazar Martinot, destruído em 8 de janeiro

Especialistas suíços avaliaram que é possível consertar o relógio de Balthazar Martinot, danificado por extremistas durante a invasão do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro. A informação é do embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, que adiantou à reportagem a vinda de técnicos ao Brasil para auxiliar na restauração da peça centenária ainda no primeiro semestre deste ano. 

A estimativa é de que três a quatro pessoas venham da Suíça para o Brasil com a missão de consertar o relógio, incluindo um dos maiores especialistas em peças como essa no mundo. O trabalho deve durar vários meses, mas ainda há decisões a serem tomadas a partir da chegada do grupo ao país. 

"É preciso definir se o relógio será restaurado como era antes ou se haverá atualizações. O relógio tem mecanismos feitos há 300 anos", diz o embaixador. Um exemplo é se o Brasil vai querer que a caixa feita com casco de tartaruga seja preservada ou que seja feita uma nova com a tecnologia de 2022. 

Outro ponto que será analisado é se as instituições brasileiras responsáveis pela peça têm interesse em colocar o relógio para funcionar. Os ponteiros já não batiam mais e o artefato servia como um item decorativo que ficava no 3º andar, onde está localizado o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


A iniciativa de recuperação da obra partiu do governo suíço e contará com a avaliação do material, presencialmente. De acordo com Lazzeri, "a ideia é reparar e formar brasileiros para que possam cuidar do patrimônio histórico do país".

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O país europeu está entre os dez maiores investidores do Brasil e é conhecido por desenvolver relógios com alta qualidade, além de possuir artesãos especialistas em trabalho com peça única, mão de obra que será doada ao Brasil.


O relógio

Fabricado por Balthazar Martinot, relojoeiro do rei Luís 14, o relógio do século 17 foi doado pela Corte francesa a dom João 6º, na época imperial. Existem apenas dois relógios como esse no mundo — o outro está exposto no Palácio de Versalhes, na França.

Em 23 de janeiro, a Polícia Federal prendeu em Uberlândia (MG) o homem de 30 anos filmado ao destruir o relógio. Câmeras de segurança flagraram o momento em que ele quebrou o objeto. Nas imagens, ele derruba o relógio no chão e revira mesas e cadeiras. Depois, retorna e tenta destruir a câmera de segurança com um extintor de incêndio.

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