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Agora é oficial. O presidente do grupo Audi AG, Rupert Stadler, anunciou nesta terça-feira (17) que a montadora alemã vai voltar a produzir no Brasil a partir de 2015. A confirmação ocorreu logo após encontro do executivo com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília.
Segundo Stadler, a Audi investirá R$ 500 milhões até 2016 no complexo industrial da Volkswagen em São José dos Pinhais, no Paraná. Lá serão produzidos o A3 sedã, a partir do fim de 2015, e o utilitário Q3, do início de 2016 em diante.
Com a nacionalização dos dois modelos e a importação do restante da gama, a Audi estima chegar a um volume anual de 30 mil unidades emplacadas. Desse total, a montadora projeta entregar 26 mil carros com a fábrica brasileira, número que será atingido em 2016, quando a unidade estiver operando com 100% de sua capacidade.
Novo Regime Automotivo influenciou
A confirmação da fábrica da Audi no Brasil era aguardada há quase um ano. Os primeiros indícios de que a montadora voltaria a produzir carros no País surgiram ainda em 2012, logo após o governo brasileiro anunciar o programa Inovar-Auto, também tratado como Novo Regime Automotivo.
Com o "super IPI" para carros importados, que adiciona 30 pontos percentuais ao Imposto sobre Produtos Industrializados, a importação deixou de ser atraente e as montadoras de luxo começaram a se "mexer". A primeira a anunciar fábrica no Brasil foi a BMW. Depois as chinesas Chery e JAC Motors entregaram seus projetos.
Na última semana, foi a vez da Mercedes-Benz confirmar que construirá nova fábrica no País para produção de automóveis. O presidente da filial brasileira da montadora, Philipp Schiemer, confirmou a notícia em entrevista exclusiva a R7 Carros durante o Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha.
Retorno após sete anos
Para a Audi, o anúncio da nova fábrica brasileira marca o retorno oficial da montadora ao País após longo período de sete anos. Entre 1999 e 2006, a marca alemã produziu no Paraná o hatch médio A3, ao lado do Golf de 4ª geração — que segue em produção até hoje — na mesma unidade de São José dos Pinhais.
E foi justamente nesse período de sete anos produzindo na fábrica paranaense que a Audi viveu seu período mais glorioso no Brasil. Com o A3 nacional, a montadora se tornou líder de vendas entre as marcas de luxo, posto perdido com o fim da produção local do modelo, em outubro de 2006.
De lá para cá, a fábrica das quatro argolas passou por profunda reestruturação. A matriz assumiu as operações e a família Senna, que representava a marca no Brasil até 2005, saiu de cena. A mudança impactou na rede de concessionários e várias revendas da Audi em todo o País fecharam as portas.
A partir daí a matriz iniciou processo de reconstrução da rede. Nesse período a Audi amargou um "hiato" com a linha européia, e viu as arquirrivais BMW e Mercedes-Benz avançarem no País, com aumento nas vendas e a introdução das marcas Mini e smart.
Com a nova fábrica, a Audi espera dar a volta por cima e recuperar a liderança perdida.
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