"R$ 40 mil num 1.0 sem vidro elétrico traseiro?", polemizam internautas sobre preço do VW Up
Novo carro de entrada da montadora alemã custa entre R$ 26.900 e R$ 39.390
Carros|Luiz Betti, do R7

Depois de muita expectativa e especulações, eis que a Volkswagen finalmente divulgou na última semana todos os preços do Up, seu novo carro de entrada no Brasil: de R$ 26.900 (versão de entrada duas portas) a R$ 39.390 (top de linha quatro portas).
Ambicioso desde o projeto, o Up quer ser não só o novo “carro do povo”, posto ocupado pelo Fusca no século passado, mas também ajudar a Volks a tirar da Fiat o título de montadora líder de vendas no País.
Porém, os valores do estreante geraram reações nada amistosas do público. "R$ 40 mil num 1.0 que não tem nem vidro elétrico traseiro!" e "Pagar R$ 38 mil? Tô fora! Prefiro New Fiesta, Punto ou C3... Desisti do Up" foram alguns dos comentários postados na página do R7 no Facebook.
Papo de concessionária
Emoções à parte, as diversas versões do Up o credenciam, de fato, a brigar com modelos de outras categorias do mercado. Dessa forma, visitamos na última sexta-feira (7) uma concessionária da Volks para cotar o carrinho. Versão de entrada Take Up de R$ 26.900? Sem previsão para chegar.
“Essa deve sair mais para frota”, explicou o vendedor, meio sem jeito, apontando a versão intermediária Move Up, que deve responder pela maioria das vendas, segundo a montadora.
A partir de R$ 30.300, esta adiciona à versão “pé de boi” itens como rodas aro 14 e uma prateleira que divide o porta-malas em dois níveis. Com ar-condicionado (R$ 2.750) e direção elétrica com ajuste de altura (R$ 1.240), o Move Up quatro portas passa a R$ 34.290.
“Está mais caro que o Gol!”, desabafa o vendedor, que prossegue: “O que adianta falarem que ele [Up] é mais seguro que o Jetta? Nesse segmento, o que conta é o preço”. “Bom, se segurança vendesse carro a Volvo seria líder entre as montadoras premium...”, comento, em apoio moral.

Na ponta do lápis
Com a cotação no bolso, deixo a Volkswagen em direção à Hyundai para uma comparação preliminar do Up com o HB20, hatch sensação do ano passado e um dos seus vários rivais.
A montadora sul-coreana, por sinal, parece ter aprendido com as chinesas a arte de equipar carros desde a versão de entrada, e o HB20 é a prova disso: a versão 1.0 básica, de R$ 34.615, traz ar-condicionado, direção-hidráulica, computador de bordo, banco do motorista com regulagem de altura e fixação ISOFIX para cadeirinhas de bebê atrás — sem contar os obrigatórios airbag duplo e ABS.
Com preço e itens semelhantes ao Up intermediário, pesam a favor do HB20 a garantia de cinco anos (no Up são três anos) e o maior espaço interno e do porta-malas (300 contra 285 litros). Isso sem contar seu desenho — mais inovador — e o status de pertencer a uma categoria superior, ambos critérios estes mais subjetivos.
Por outro lado, o Up contra ataca com seu motor eficiente, excelente consumo de combustível, menor custo de reparação do Brasil e nota máxima em teste de segurança. Qualidades essas que, aliadas ao fator novidade e à confiabilidade mecânica da marca alemã, devem garantir ao hatch boas vendas neste primeiro momento.
Tratamento de choque
Vale lembrar que não é a primeira vez que o preço de um lançamento causa burburinho entre os consumidores. Exemplo recente da própria Volks, o novo Golf chegou custando mais que todos os rivais de sua categoria.
"Absurdo! Não vou pagar $$$$$ nesta $&%*@!". Mas a revolta não se refletiu nas vendas, e dois meses após sua estreia o “the best” figurava na liderança dos hatches médios — posto hoje ocupado pelo Chevrolet Cruze Sport6 —, mesmo com sua nacionalização e motor flex anunciados para 2015.
Voltando ao caso do Up, resta saber se (e por quanto tempo) o público estará disposto a pagar o preço da novidade, sobretudo quando os renovados concorrentes Ford Ka, Nissan March e Renault Sandero aparecerem no retrovisor. Façam suas apostas.
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