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Vale dá prazo para famílias voltarem para casas fora da área de risco

Segundo a empresa, os imóveis de 80 moradores do distrito de Macacos, em Nova Lima (MG), não serão atingidos em caso de possível rompimento

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Barragens ficam na Grande BH
Barragens ficam na Grande BH Barragens ficam na Grande BH

A mineradora Vale deu um prazo até este domingo (17) para que 80 pessoas que haviam sido retiradas de casa no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Grande BH, deixem as hospedagens fornecidas pela empresa.

Elas fazem parte do grupo de cerca de 170 moradores da comunidade que foram desalojados no dia 16 de fevereiro, após uma empresa de auditoria se negar a atestar a segurança das barragens B3 e B4 da mina Mar Azul.

Segundo a Vale, os imóveis destas famílias autorizadas a voltar estão fora da área chamada de autossalvamento, ou seja, áreas que, em caso de rompimento da estrutura, podem ser atingidas pela lama de rejeitos em até 30 minutos ou que estejam a 10 km ao longo do vale à jusante.

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Desde que foi removida, a população ficou hospedada em hotéis e pousadas da região. Todos os gastos foram pagos pela mineradora. Contudo, a companhia informou que o benefício será suspenso para aqueles que, mesmo sem morar na mancha de risco, tenham saído de casa por medo.

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Desde o estouro da barragem 1 da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, 987 pessoas foram removidas dos lares nas cidades de Itatiaiuçu, Barão de Cocais, Nova Lima e Ouro Preto devido a falta de perícia que ateste a estabilidade das estruras da Vale e da mineradora ArcelorMittal.

Reflexos

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A distrito de Macacos é muito procurado por turistas que buscam atividades em meio à natureza. A região é cercada por matas, trilhas e cachoeiras. Porém, comerciantes relatam que desde a classificação de risco das barragens foi elevada para o nível 2, os visitantes se tornaram presenças raras.

Brumadinho: Vale levou 21 dias para informar sobre falhas em barragem

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Os reflexos também foram sentidos no mercado imobiliário. O aposentado Antônio de Oliveira Amorim tem uma casa em um condomínio que fica na divisa com Brumadinho, próximo ao local por onde passou a lama da barragem da Vale. Segundo ele, vender o imóvel se tornou uma missão quase impossível.

— Eu já estava tentando vender a casa desde antes da tragédia. Agora ficou ainda mais difícil. Ninguém quer fechar um negócio no lado de cá.

Veja a íntegra da nota da Vale:

"A Vale informou, em reunião de trabalho realizada terça-feira (12/3) no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em Nova Lima, que cerca de 80 pessoas da comunidade de Macacos, que se encontram alojadas pela Vale em hotéis, não são residentes na Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem B3/B4 da Mina Mar Azul e, por esta razão, podem regressar às suas casas. A empresa oferecerá hospedagem até o próximo dia 17 de março, para que tenham tempo suficiente para programarem seu retorno. A empresa ressalta que, por respeito a essas pessoas, que se encontravam fora desta ZAS mas decidiram também deixar suas casas por se sentirem inseguras, acolheu até este momento estas famílias em hotéis e pousadas oferecendo todo o suporte necessário.

Já os demais moradores que residiam na ZAS da barragem B3/B4 (aproximadamente cem pessoas) permanecerão em hotéis e em pousadas da região. A empresa deverá oferecer moradias temporárias a estas famílias."

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