Antes do novo SUV, Renault mostra fábrica com metaverso
Linha de montagem de Curitiba produz o Kwid, Duster, Captur, Stepway e Oroch
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
No ano em que comemora 25 anos da fábrica em Curitiba, no Paraná, a Renault abriu as portas da linha de produção para mostrar o metaverso, um novo conceito com inteligência artificial e realidade virtual para melhorar a fabricação do Kwid, Duster, Captur, Stepway e Oroch, que são produzidos por lá. Já em 2024, essa tecnologia será responsável por fabricar o novo SUV compacto da marca com um novo motor 1.0 turbo na plataforma CMF-B, que também será utilizada por um novo modelo híbrido flex no futuro.
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Chamada de Complexo Ayrton Senna, a fábrica começou a adotar o metaverso em 2016 com as melhorias na infraestrutura ao colocar em toda linha de produção Internet Wi-Fi. Já em 2019, a companhia começou a explorar os dados fornecidos na linha de montagem para aperfeiçoar a fabricação dos veículos. Para isso introduziu scanner com realidade aumentada e, também, softwares em tablets nas mãos dos operadores e telas interativas espalhadas pela produção.
Atualmente, o metaverso da Renault aumentou a exploração de dados chegando a 1 bilhão de informações por dia. Todos esses dados da produção, que vão desde erros na fabricação a acertos, são armazenados na nuvem do Google, que tem uma parceria com a marca.
Para o futuro, a Renault prevê um sistema de execução dos dados em tempo real, chegando aos 77% de automação em 2023. Hoje, a montadora já conta com um robô comandado por Inteligência Artificial. Embora esse nível seja alto, a empresa informou que não acarretará na perda de empregos, que são 4 mil trabalhadores atualmente. Em 1998, quando tudo começou, eram cerca de 2.500 empregados. Nos dias atuais, a fábrica funciona em apenas um turno e produz 48 veículos por hora, o que dá uma média de 380 carros por dia.
Ecologia e capacidade produtiva
Em relação ao ESG, que é uma prática de governança ambiental, social e corporativa, a Renault comunicou que o Complexo Ayrton Senna é abastecido por energia 100% limpa, já que a energia é gerada pela empresa em uma fazenda solar localizada em Castilho, em São Paulo, e distribuída na rede do modo que a empresa consegue fazer o rastreamento dessa energia. Ao todo, o parque solar gera 50 MW.
A linha de montagem paranaense tem 2 milhões de metros quadrados, sendo que 40% são de mata Atlântica preservada. A marca já produziu mais de 3,5 milhões de veículos por lá e desde 2026 tem aterro zero.
A capacidade de produção é de 75 veículos por hora, sendo 60 carros de passeio e 14 utilitários. São 700 robôs e 350 carros autônomos na produção.
Novos modelos
A Renault se esquivou ao não passar muitas informações sobre o novo SUV compacto, que será produzido por lá em 2024. Contudo, disse que os trabalhadores já fizeram treinamento na Europa para se adaptarem às novas tecnologias do novo veículo.
O novo SUV compacto, já registrado no Brasil, ainda não ganhou um nome, mas já é de conhecimento que utilizará a nova plataforma CMF-B, que permite eletrificação, motor 1.0 turbo e nova caixa de câmbio.
A marca disse ainda que já trabalha em um novo veículo com tecnologia híbrida flex para o mercado brasileiro, mas não informou quando será apresentado. Antes do híbrido, a Renault irá lançar em setembro o novo Megane E-Tech elétrico.
*Com a colaboração Felipe Salomão
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