O que acontece no seu corpo quando você toma suco de laranja integral 🍊
Novo estudo revela que o consumo diário modula genes ligados à pressão arterial, inflamação e metabolismo de forma diferente em pessoas com peso normal e sobrepeso
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7
Nos últimos anos, o suco de laranja ganhou fama de vilão. Muita gente o coloca no mesmo grupo dos refrigerantes, por conter açúcar natural da fruta. Mas a ciência mostra que ele está longe de ser um simples “suco de caixinha”.
O suco de laranja integral é uma matriz alimentar complexa e rica em compostos bioativos, especialmente flavonoides, que atuam em mecanismos muito mais profundos do que se imagina.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo, liderados pelos professores Franco Maria Lajolo e Neuza Mariko Aymoto Hassimotto, do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, em parceria com instituições dos Estados Unidos, descobriram que o consumo diário da bebida modula a atividade de milhares de genes ligados à pressão arterial, ao metabolismo de gorduras e à inflamação.
Durante 60 dias, voluntários saudáveis tomaram 500 ml de suco de laranja por dia. Antes e depois desse período, os cientistas analisaram células do sangue chamadas PBMCs.
O resultado revelou uma ampla modulação gênica: 1705 genes codificadores e mais de 150 moléculas reguladoras, como miRNAs e lncRNAs, tiveram sua expressão alterada.
Essas mudanças afetam vias relacionadas ao controle da pressão arterial (como as de aldosterona e renina), ao metabolismo de gorduras (termogênese e oxidação de ácidos graxos) e à inflamação (sinalização de TNF e IL-17). Genes associados à hipertensão, como NAMPT e NLRP3, apresentaram expressão reduzida, o que sugere um efeito protetor.
Os compostos bioativos do suco, como hesperidina e naringenina, também interagem com proteínas que regulam a ativação de genes, influenciando diretamente processos ligados à inflamação e ao metabolismo.
O estudo ainda mostrou que o peso corporal interfere na resposta molecular. Em pessoas com sobrepeso, o suco modulou genes envolvidos na formação e no metabolismo de gordura (GSK3B, GRK6, RIPK1), enquanto em indivíduos com peso normal os efeitos se concentraram em vias inflamatórias, com destaque para STAT3 e MAPK.
Esses resultados ajudam a derrubar preconceitos e reforçam que o suco de laranja, quando natural e consumido com moderação, é muito mais do que uma bebida doce. Ele carrega uma combinação de compostos que conversam com nossos genes e contribuem para o equilíbrio do metabolismo e da pressão arterial.
O estudo foi desenvolvido no Food Research Center (FoRC-USP) e contou com apoio da Fapesp, por meio do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID-FoRC), além do CNPq, CAPES e do United States Department of Agriculture (USDA).
A pesquisa reforça a importância do financiamento público para o avanço da ciência e mostra como o conhecimento gerado no Brasil dialoga com o que há de mais moderno na nutrição molecular.
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