Catar historicamente tem abrigado líderes terroristas, diz professor após ataque de Israel

O ataque israelense a um dos chefes do grupo terrorista Hamas em Doha, no Catar, deixa as relações de Israel com o mundo árabe “extremamente fragilizadas”, segundo Igor Lucena, doutor em Relações Internacionais.

“Países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Jordânia, que têm interesse em normalizar suas relações — principalmente por causa dos Acordos de Abraão — ficaram bastante vulneráveis, especialmente a Arábia Saudita, que busca se defender do Irã com armas israelenses”, explica o professor.

Em entrevista ao Hora News desta terça-feira (9), Lucena explica que os governos árabes podem interromper o processo de pacificação com Israel devido à necessidade de demonstrar solidariedade ao Catar após a operação militar.

O especialista acrescenta que o Catar historicamente abriga líderes de organizações extremistas, como o Hamas. “Os líderes políticos do Hamas nunca estiveram dentro das zonas de conflito; muito pelo contrário, ficam protegidos no Catar porque imaginam que não vai acontecer nada com eles ou suas famílias”, avalia.

Israel realizou nesta terça (9) um ataque aéreo em Doha, no Catar, visando líderes do Hamas, incluindo Khalil al-Hayya, principal negociador do grupo. O governo catariano e a ONU (Organização das Nações Unidas) classificaram a ação como violação do direito internacional.

Israel afirmou que a operação foi conduzida por sua inteligência com apoio da Força Aérea e que os Estados Unidos foram avisados previamente, com aval do governo Trump. Fontes do Hamas disseram que todos os líderes sobreviveram. Após o ataque, a embaixada dos EUA no Catar orientou seus cidadãos a se abrigarem.