Produtores já cancelam exportações aos EUA com medo de perder as mercadorias
Segundo especialista, Trump 'desarrumou o tabuleiro do jogo' e agora países precisam negociar de ouvidos abertos; veja análise
Jornal da Record News|Do R7
Em entrevista ao Jornal da Record News, Hudson Bessa, economista da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), afirmou que os principais efeitos da tarifa de 50% imposta por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, se estendem a diversos setores. “Semi-manufaturados vão ser muito atingidos, a Embraer particularmente, bastante atingida, o setor de celulose também tende a ter um impacto grande”, afirma.
Bessa explicou que a suspensão das exportações já é sentida por setores como o de manga e laranja, que começaram a cancelar contratos devido à incerteza quanto ao impacto da tarifa, já que, diante da possibilidade de perder mercadorias, especialmente perecíveis, a estratégia mais viável seria cancelar a exportação. Isso evitaria que os produtos chegassem com o preço elevado em 50%, o que tornaria sua venda inviável no mercado, gerando prejuízos. Assim, os empresários preferem suspender as transações para minimizar os riscos financeiros.
A situação, porém, pode abrir novas oportunidades de negociação para o Brasil, como a aceleração de acordos com o Mercosul e a União Europeia.
“O Trump foi aquele cara que desarrumou o tabuleiro do jogo todinho. Então está todo mundo, de alguma maneira, com algum incômodo com os Estados Unidos. Está todo mundo precisando encontrar novos mercados. Isso significa que estamos todos na mesa de negociação com ouvidos abertos, ouvindo propostas, querendo escutar a nossa produção e obviamente sabemos que, como reciprocidade, vão ter que comprar alguma coisa também”, explica o especialista.
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