Genocídio armênio completa 110 anos: povo foi perseguido pelo Império Otomano
Extermínio em massa foi o principal causador da diáspora armênia; imigrantes se estabeleceram em países como Brasil e Líbano
Mundo Record News|Do R7
O genocídio armênio, um dos primeiros extermínios em massa do século 20, completou 110 anos na última quinta-feira (24). O Império Otomano dizimou cerca de 1,5 milhão de membros do grupo étnico, que era um dos muitos povos que viviam na Turquia.
Sarkis Ampar Sarkissian, especialista em direitos humanos, explica que o declínio do império turco e o crescimento de movimentos nacionalistas turcos intensificaram a perseguição a minorias. Oficialmente, o início do genocídio se deu em 24 de abril de 1915, quando centenas de líderes armênios foram presos em Constantinopla (atual Istambul, cidade da Turquia).
O episódio foi o princípio de uma perseguição sistemática ao grupo étnico. “Foi justamente para definir esse plano arquitetado e executado pelos turcos que a historiografia vai registrar pela primeira vez o conceito de crime contra a humanidade”, diz Sarkissian.
O genocídio foi o principal responsável pela diáspora armênia, com imigrantes se estabelecendo em países como Líbano, Rússia, Brasil e Estados Unidos. A comunidade armênia segue a luta em busca de reconhecimento da causa e reparação pelos crimes dos quais foi vítima.
Segundo Vitélio Brustolin, professor de relações internacionais, nacionalistas turcos negam o evento até hoje. “Admitir o genocídio armênio, seria, para muitos nacionalistas turcos, admitir que o estado turco tem raízes no crime de massa. Isso abalaria a narrativa nacional de fundação heroica e civilizatória”, diz o especialista.
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