Cada pé de laranja pode neutralizar até dez dias de emissões de um brasileiro, aponta Embrapa
Pesquisa estima que cinturão citrícola de SP e MG retira 36 milhões de toneladas de carbono da atmosfera
Record News Rural|Do R7
Em entrevista ao Record News Rural
nesta segunda-feira (14), o pesquisador Lauro Rodrigues Nogueira Jr., da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Territorial, apresentou os resultados de um estudo que revela a importância da citricultura brasileira no combate às mudanças climáticas.
Segundo a pesquisa, desenvolvida pela Embrapa em parceria com o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), cada hectare de produção de frutas cítricas no cinturão citrícola — região que abrange o interior de São Paulo e o sul de Minas Gerais — remove, em média, duas toneladas de carbono da atmosfera por ano.
A pesquisa também identificou que cada laranjeira fixa anualmente cerca de 4,28 quilos de carbono, o equivalente a neutralizar dez dias de emissões de gases de efeito estufa de um brasileiro.
O levantamento foi realizado em oito pomares comerciais, com a coleta de dados diretos em 80 árvores de diferentes idades e variedades (pêra e valência). A equipe analisou o peso seco e úmido das partes da planta, como galhos, folhas, troncos e raízes, para estimar a quantidade de carbono fixada. Com o apoio de equações matemáticas aplicadas a dados de mais de 1.300 árvores, os pesquisadores conseguiram extrapolar os resultados para toda a área produtiva da região.
"Tem uma proteção natural ao redor dos pomares para que o psylídeo não chegue até as laranjas, digamos assim, então não é só pé de laranja, tem toda uma vegetação e todo um contexto em volta que também colabora com o resgate, o sequestro do carbono", explica Lauro.
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