Lula ignora casos de corrupção e diz que nunca foi irresponsável com dinheiro público
Em discurso no Planalto, o presidente afirmou que foi prudente com as finanças do país, apesar de casos como Mensalão e Petrolão
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
No primeiro discurso no Palácio do Planalto como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elencou, neste domingo (1º), algumas conquistas obtidas nos seus dois primeiros mandatos como chefe do Executivo e afirmou que foi capaz de realizar tais feitos "cuidando com total responsabilidade das finanças do país". "Nunca fomos irresponsáveis com o dinheiro público", afirmou.
Ao longo dos 13 anos de governo do PT, contudo, o Brasil presenciou diversos escândalos no poder público. Bilhões de reais foram desviados dos cofres do governo para financiar esquemas ilegais, como compra de votos de parlamentares para a aprovação de projetos e lavagem de dinheiro em contratos superfaturados da Petrobras.
Um dos primeiros grandes episódios de fraude das gestões do PT veio à tona em 2005. Naquele ano, foi revelado que o partido usava dinheiro público para pagar uma mensalidade a deputados federais em troca da aprovação de propostas importantes para o Executivo — caso que ficou conhecido como Mensalão. Graças ao arranjo, Lula conseguiu a aprovação de uma reforma da previdência em 2003, o primeiro ano dele como presidente.
Segundo o delator do esquema, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, os parlamentares recebiam até R$ 30 mil por mês para apoiar o governo. De acordo com as informações divulgadas por Jefferson, o dinheiro vinha de recursos que o governo federal repassava a uma agência contratada para fazer a publicidade de órgãos públicos.
Petrolão
Outro caso que marcou as passagens do PT pela Presidência da República ganhou repercussão a partir de 2014, ainda no primeiro mandato de Dilma. Ele envolvia a Petrobras, palco de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais com pagamento de propina dentro da empresa estatal. O episódio ficou conhecido como Petrolão.
O escândalo consistia em contratações superfaturadas de empreiteiras para a realização de grandes obras pagas pela Petrobras. Depoimentos de diversos delatores do esquema revelaram que funcionários da estatal pagavam às empreiteiras um valor superior ao que havia sido combinado para fechar os contratos. Posteriormente, a propina servia para abastecer os cofres do PT e também ia para o bolso das pessoas ligadas ao caso.