Bolsonaro diz que vai à posse de Moraes como presidente do TSE
Chefe do Executivo recebeu o convite pessoalmente nesta quarta-feira (10); cerimônia está prevista para o dia 16 de agosto
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) deve ir à posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), prevista para a próxima terça-feira (16) em Brasília.
Bolsonaro recebeu o convite na noite desta quarta-feira (10). O documento foi entregue pessoalmente por Moraes e Ricardo Lewandowski, que ocupará a vice-presidência da Corte Eleitoral. A reunião ocorreu no Palácio do Planalto e durou cerca de 40 minutos.
Moraes assume o novo cargo em meio aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral, às urnas eletrônicas e a ministros do TSE e do STF (Supremo Tribunal Federal). O magistrado, por sua vez, é relator de diversos inquéritos que tramitam no STF que têm o presidente, filhos e aliados como alvo. O próximo presidente do TSE também já foi chamado de "canalha" e "parcial" por Bolsonaro.
A última vez que os dois se encontraram foi em 19 de maio, durante cerimônia de posse de ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho). O aperto de mãos entre eles ocorreu na semana em que o presidente entrou com uma queixa-crime contra o magistrado.
Na ocasião, Bolsonaro encontrou Moraes sentado, pediu a ele que se levantasse e o cumprimentou. Antes do início da cerimônia, o presidente e o ministro estiveram juntos na sala VIP, mas não se falaram.
Atritos
No dia 17 de maio, Bolsonaro ajuizou ação contra Moraes. O presidente avaliou que era injustificada a investigação no inquérito das fake news, que havia "um evidente excesso" e que não existiu "a ocorrência de nenhum crime nos fatos investigados", além de afirmar que Moraes levantou informações inverídicas.
Um dia depois, Bolsonaro entrou com representação contra o ministro na PGR (Procuradoria-Geral da República), afirmando que houve abuso de autoridade no inquérito sobre as fake news. O relator, ministro Dias Toffoli, negou o prosseguimento da ação, ressaltando que os fatos descritos não trazem indícios, ainda que mínimos, de materialidade delitiva.