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Lula diz que trocas na Caixa para acomodar centrão não serão feitas 'por enquanto'

Partidos têm pedido mais espaço em órgãos estratégicos para dar votos favoráveis a temas de interesse do governo

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, e Augusto Fernandes, da Record TV

Caixa é comandada atualmente por Rita Serrano
Caixa é comandada atualmente por Rita Serrano

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (25) que possíveis mudanças na presidência da Caixa Econômica Federal para dar mais espaço ao centrão no governo não devem ocorrer "por enquanto". Os partidos que compõem o grupo têm cobrado participação em ministérios e órgãos públicos de maior visibilidade para garantir governabilidade a Lula em votações no Congresso Nacional.

A pressão levou o presidente a trocar os titulares de duas pastas no início do mês. Os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) agora são ministros, respectivamente, do Esporte e de Portos e Aeroportos.

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"Posso dizer que, por enquanto, não estou disposto a mexer em nada. Estou disposto a fechar o ano bem e aprovar o que tem de ser aprovado no Congresso Nacional", declarou o presidente quando questionado sobre mudanças na Caixa, atualmente comandada por Rita Serrano.

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"Não adianta ficar torcendo para a água passar debaixo da ponte na hora que você quer. A água vai chegar no momento certo. Na hora que eu tiver que mexer em alguma coisa, eu vou mexer. Vocês saberão, porque não será nada feito à meia-noite. Será feito de dia, com comunicado expresso à imprensa. Só eu tenho o direito de colocar e só eu tenho o direito de tirar. Fiquem tranquilos que isso vai ser feito com a maior tranquilidade. Os únicos cargos que eu não posso mexer é no meu e no do Alckmin [vice-presidente], que foram o povo brasileiro que deu. No restante, posso mexer em qualquer um", completou Lula.


Questionado sobre a expectativa de os partidos dos novos ministros ajudarem o governo, o presidente minimizou o fato e disse que as trocas foram feitas para agradar ao centrão. "Eu sempre disse que não tinha conversa com o centrão, que a minha conversa era com partidos políticos. Eu conversei com partidos políticos que achei que deveria conversar, compus o governo. Não tenho nenhum projeto de interesse pessoal, todos os projetos que mandamos para lá [Congresso] chamam-se projeto Brasil. O que eu espero é que os ministros que fazem parte do meu governo convençam as suas bancadas a votar naquilo que interessa ao povo brasileiro. Não haverá nada que não seja de interesse do povo brasileiro", respondeu.

Intervenção cirúrgica

Lula será submetido a uma cirurgia para tratar a artrose no quadril direito na próxima sexta-feira (29) pela manhã, no Hospital Sírio-Libanês de Brasília. O procedimento é uma artroplastia total de quadril, com a inserção de uma prótese híbrida.


Durante a operação, o petista será submetido a uma anestesia geral. Ele deve ficar no hospital ao menos até a terça-feira seguinte (3). O tempo é de, no mínimo, três semanas, intervalo em que Lula despachará do Palácio da Alvorada.

A ideia é que o presidente esteja recuperado para viajar para os Emirados Árabes Unidos, no fim de novembro, para participar da COP28, conferência sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Se depender de mim, eu não fico nem um dia afastado. Se depender de mim, na segunda, eu estarei lá no Planalto despachando, ou no Alvorada. É uma cirurgia que a ciência domina bem. Não tem nenhuma novidade. Eu tenho medo mesmo é de anestesia. Vou ficar dormindo, não gosto de perder o domínio da minha consciência. Mas o médico disse que a anestesia avançou muito. Estou muito tranquilo", declarou Lula, nesta segunda-feira, sobre a intervenção médica.

"A cirurgia é apenas para cuidar da saúde. Quero voltar a jogar bola, voltar a correr, a fazer esteira, a fazer ginástica. Estou desde agosto do ano passado com dor. Dói para dormir, para acordar, sentar, para ficar em pé", revelou.

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