Justiça Eleitoral nega suspender propaganda do PSDB que ataca Padilha
Programa de rádio de Alckmin chama Padilha de incompetente e cita petistas presos
São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Um dia após a campanha do PSDB ao governo de São Paulo abrir fogo contra o candidato do PT, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, por meio do programa eleitoral de rádio, a Justiça negou, nesta terça-feira (23), um pedido do petista para que a propaganda fosse suspensa. Ontem, durante mais de um minuto e meio, um narrador da coligação dos tucanos fez a mais dura crítica até agora contra o adversário do PT, que está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
"Como é que pode querer ser governador de um Estado tão importante quanto São Paulo, se ele não teve competência nem para administrar o Ministério da Saúde?", diz um dos trechos do programa. O partido de Padilha também foi alvo da campanha do governador Geraldo Alckmin, que disputa a reeleição.
"Vocês sabiam que dos últimos quatro candidatos que o PT apresentou para o governo de São Paulo, dois estão presos?", questiona o locutor. A provocação lembra o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino, ambos presos por envolvimento no escândalo, e que disputaram as eleições estaduais em 1994 e em 2002, respectivamente.
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A liminar foi negada pelo juiz Marcelo Coutinho Gordo, do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), no fim da tarde de hoje. Na decisão, o magistrado argumentou que a propaganda de Alckmin “não ultrapassa os moldes da crítica política”. Porém, ele pediu que o partido do governador apresente explicações.
Até então, os ataques mais duros dos tucanos tinham sido contra o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, Paulo Skaf (PMDB). A investida contra Padilha é uma forma de evitar que o petista ganhe votos nessa reta final da campanha. Mesmo que pequeno, o eventual crescimento o ex-ministro poderia significar a ida de Alckmin e Skaf para o segundo turno, algo que o PSDB paulista quer evitar a todo custo. O atual governador é favorito e, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira, venceria no primeiro turno.
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