A Stellantis confirmou nesta semana que o Grande Panda, projeto global da Fiat, irá suceder o Argo com produção nacional. O CEO global da Fiat, Olivier François, deu uma entrevista ao Automotive News Europe confirmando a estratégia que já era conhecida dados os inúmeros flagras do Grande Panda rodando pelo país. Mas como a Fiat irá fazer do Grande Panda europeu um projeto brasileiro? Primeiro vale saber que a Fiat vem mudando seu posicionamento global. No Brasil a marca que sempre teve apelo de volume (atualmente tem 21% de market share liderando as vendas no país). Os próximos carros serão fruto de “projetos globais”, algo que não ocorre há quase 30 anos. A Fiat sempre teve alguns modelos internacionais no portfólio desde o Tipo, Marea e Bravo, mas também sempre teve características regionais como o Uno, que teve sua vida estendida por mais 20 anos além da Europa, Strada, Siena e tantos outros. O Palio, que também era um projeto global, teve sucesso mesmo no Brasil. Mas agora, segundo François, a ideia é trabalhar um alinhamento global com modelos vendidos em todo o mundo a exemplo do que acontece, por exemplo, com o 500. O Grande Panda usa a plataforma CMP que hoje é produzida no Rio de Janeiro para a linha Citroën, mas isso deve mudar em breve. O Jeep Avenger também usa essa plataforma e deve reforçar a marca assim como o Grande Panda que vem logo depois. O Grande Panda irá “puxar” uma família inteira de veículos para suceder produtos de plataforma MLA aos poucos como Fiat Fastback. Mas como “projeto global” o Grande Panda dará origem a outros produtos como um SUV cupê e um SUV compacto assim como uma picape, conceitos já mostrados pela Fiat ano passado. Voltando ao Panda, embora seja um projeto global, uma série de adaptações serão feitas até porque a engenharia da Stellantis tem grande autonomia no grupo para produtos locais. O “nosso” Panda deve ser um híbrido flex com sistema leve, usar o motor T200 1.0 turbo que já conhecemos e terá um perfil menos lúdico com linhas menos arrojadas e soluções que valorizam o carro diferenciando da versão europeia onde ele será um carro de entrada. O Grande Panda tem sido desenvolvido em Betim para o mercado nacional. Seu codinome interno é F1H e provavelmente, pelo que indicou François, terá um nome específico para o Brasil. O nome Uno que deu origem a outros modelos como o Elba, Premio e Fiorino, poderão inspirar essa nova família. E assim temos a chance de retomar o nome “Uno” no Grande Panda com perfil nacional. Assim a Fiat tem um longo processo de renovação a caminho. E esse processo de mudança começa com o Grande Panda, ou Uno, a depender da estratégia adotada. F1H e como a próxima geração do Argo, mas existe a chance de um possível retorno do nome Uno, que fez bastante sucesso no Brasil. Essa possibilidade é adiantada pelo Guia do Carro desde 2020. Outra possibilidade é a de um nome inédito.