Exclusivo: Mauro Vieira critica ameaça de sanção da Otan ao Brasil
Na segunda parte da entrevista à jornalista Tainá Farfan, ministro das Relações Exteriores também fala sobre a operação contra Bolsonaro e a COP30
Hora News|Do R7
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, concedeu entrevista exclusiva à repórter Tainá Farfan, nesta sexta-feira (18), e falou sobre a ameaça da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de aplicar sanções secundárias ao Brasil por manter relações comerciais com a Rússia. "Eu não sei que sanções seriam essas, porque a Otan não tem competência sobre questões comerciais", disse o ministro.
Mauro Vieira também rebateu as declarações do governo americano e os apontamentos feitos na investigação aberta contra o Brasil sobre as práticas comerciais. Questionado se a operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro tensionaria ainda mais a relação entre Brasil e Estados Unidos, o chanceler afirmou que “não interessa que o lado americano junte as duas coisas”.
Sobre as possíveis taxações do governo americano ao Brasil, Vieira desmentiu o argumento estadunidense de que produtores dos EUA estariam em desvantagem competitiva, lembrando que Washington acumula um saldo positivo na balança de mais de US$ 400 bilhões nos últimos 14 anos. Quando questionado sobre um encontro entre Lula e Donald Trump para discutir as tarifas, o ministro afirmou que “a questão comercial não é para ser discutida entre chefes de Estado”.
Em outro momento, o chefe das Relações Exteriores falou sobre possíveis atitudes do governo em um cenário em que o país seja taxado em 50% pelos Estados Unidos: “Não dependemos de um só mercado”. Vieira ressaltou que o governo possui relações comerciais com diversos países, com a abertura de 360 novos mercados no terceiro mandato de Lula, citando a não dependência total dos norte-americanos.
Sobre a realização da COP30 em Belém no mês de novembro, o chanceler disse que as preparações para o encontro estão “na reta final”. Ele também apontou que a presença da Casa Branca poderá ser acompanhada de contribuições na legislação ambiental e que o evento “será um sucesso”.
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