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Entenda quais setores do agronegócio podem ser os mais afetados com tarifaço de Trump

Professor Daniel Vargas avalia que impacto pode ser maior para carne, café, celulose e álcool

Record News Rural|Do R7

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Todo o setor agropecuário brasileiro está atento aos desdobramentos do anúncio feito pelo presidente americano, Donald Trump, na última quarta-feira (9), de imposição de tarifas de 50% às importações de produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. Em entrevista ao Record News Rural, Daniel Vargas, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Direito Rio de Janeiro, analisa os possíveis impactos para o setor caso as taxações sejam aplicadas.

Vargas relembra que o documento enviado por Trump elenca, além dos motivos políticos relacionados a posicionamentos do STF (Supremo Tribunal Federal), uma análise do presidente americano de que o Brasil não tem sido um bom parceiro comercial e restringido a importação de produtos americanos com imposição de tarifas. No entanto, ele lembra que o Brasil possui um déficit econômico — quando se compra mais do que vende — com Washington nos últimos anos.

O professor ressalta os dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgados nesta quinta-feira (10), que destaca que, no último ano, os Estados Unidos tiveram um superávit comercial com o Brasil que se aproxima da ordem de US$ 30 bilhões (mais de R$ 165 bilhões, na cotação atual), cenário que se repete nos últimos 15 anos.


“No saldo final, a mensagem que parece mais importante é que, no fundo, embora haja um interesse comercial em redefinir essas condições de troca entre os países, o que parece ser, de fato, um motivo decisivo é mais político do que econômico em sentido particular”, completa.

Com as taxações sendo efetivadas, o especialista lista que alguns dos setores que podem ser mais afetados são os de carne, café, celulose e álcool, todas áreas que possuem grandes números de importações para os Estados Unidos e que poderiam perder espaço para outros concorrentes, como Argentina, Uruguai, México e Guatemala.

“De modo geral, o que nós vemos é, em todos esses campos em que o agronegócio tem uma participação econômica relevante nas relações comerciais com o Brasil, uma consequência, um impacto muito direto, que vai sem dúvida provocar, ao longo das próximas semanas, preocupações, e quem sabe tentativas de reverter essa situação”, conclui professor.

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