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R7 Brasília

A cada 24 horas, ao menos 11 mulheres foram vítimas de agressão em 2024

Dados, divulgados nesta quinta pela Rede de Observatórios da Segurança, analisam nove estados do país

Brasília|Giovana Cardoso e Júlia Melo, do R7, em Brasília

São Paulo foi o estado com o maior número de casos de violência contra mulheres, com 1.177 registros Arquivo/Agência Brasil

Por dia, ao menos 11 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no Brasil em 2024. No ano passado, foram 4.181 casos, como feminicídios, agressões e assédios, segundo dados da Rede de Observatórios da Segurança, divulgados nesta quinta-feira (13). O índice representa, ainda, um aumento de 12,4% em relação a 2023.

Dos nove estados analisados pelo instituto, sete registraram aumento das estatísticas de violência contra a mulher em comparação a 2023: Ceará, Maranhão, Pará, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Apenas a Bahia e Pernambuco tiveram queda. O Amazonas, analisado em 2024, não fazia parte do monitoramento há dois anos.

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As tentativas de feminicídio e agressões físicas se destacaram entre os casos de violência, totalizando 1.454 ocorrências. Os dados apontam para 531 vítimas de feminicídio, o que representa uma mulher morta em razão do gênero a cada 17 horas.

“Do total de casos de feminicídio registrados, 75,3% dos autores são pessoas da família da vítima. Se consideramos somente cônjuges, ex-cônjuges, namorados e ex-namorados, estes totalizam 70% da autoria”, informou o relatório.


Além disso, os crimes de violência sexual e estupro tiveram um aumento de 70,5%. No documento, o instituto pontua que a falta de treinamento dos profissionais da segurança pública e saúde pode favorecer a subnotificação dos casos.

Casos de violência contra mulher no Brasil Luce Costa/ Arte R7

“Muitas vezes, os casos de feminicídio são encobertos como suicídio, acidente ou morte natural, o que dificulta a contabilização precisa desse crime”, aponta o relatório.


Em casos assim, o observatório destaca, ainda, o papel do protocolo latino-americano no sentido de analisar o contexto social, histórico e relacional da vítima, o que contribui para uma investigação mais completa e eficaz, “permitindo identificar os casos de feminicídio que, à primeira vista, podem parecer outras modalidades de morte”.

São Paulo liderou estatísticas

Segundo o levantamento, São Paulo teve o maior número de casos de violência contra mulheres, com 1.177 registros. Além disso, o estado foi responsável por 27,1% do total de feminicídios monitorados nos nove estados.


Hoje, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada cinco minutos uma ameaça contra uma mulher é registrada em São Paulo.

Um recente caso que chocou o estado foi noticiado pela RECORD. Paloma Stefani de Souza Franca, de 28 anos, foi morta a facadas pelo marido na frente das filhas de 6 e 8 anos. Após 10 anos com o homem, Paloma decidiu se separar devido ao comportamento agressivo dele. Mesmo com uma medida protetiva, ela foi agredida diversas vezes e, quando tentou fugir, foi assassinada.

O caso ilustra uma das principais estatísticas da Rede de Observatório de Segurança: parceiros e ex-parceiros foram responsáveis por 86,2% dos feminicídios no ano passado nos estados monitorados pela instituição.

Saiba como denunciar

Em casos de emergência, é recomendado acionar a Polícia Militar por meio do número 190.

A Central de Atendimento à Mulher registra denúncias por meio do Ligue 180 e as encaminha aos órgãos competentes. O serviço também oferece orientações, apoio psicológico e informações sobre direitos e leis. A ligação é gratuita, e o serviço funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia.

Além disso, é possível realizar denúncias presencialmente nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher, que funcionam 24 horas por dia, todos os dias.

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