Em crise, Mercedes vai reduzir 15% da força de trabalho na China
Vendas de modelos específicos como o EQE caíram 78% em um ano

A Mercedes-Benz confirmou que irá iniciar uma reestruturação com demissões na China que já foi um dos seus maiores marcados. A medida afetará cerca de 15% dos funcionários, principalmente das áreas de vendas e financiamento. As vendas de modelos específicos como o EQE caíram 78% em um ano.

A Mercedes-Benz disse em comunicado para sites locais, que essa medida serve para ajustar a operação e melhorar a competitividade. Nos últimos anos marcas como Porsche, Audi e a própria Mercedes viram suas vendas caírem especialmente após 2021 com o crescimento das marcas chinesas como Geely (com a Zeekr, Link&Co. e Volvo), Xiaomi, BYD e as dividisse Denza e Yangwang além da FengChanBao, Nio, Avatr, Xpeng entre outras.

“Diante de um ambiente de mercado desafiador e das transformações na indústria automotiva, a Mercedes-Benz tem ajustado suas operações para melhorar a eficiência e a competitividade”. Além disso, a montadora acrescentou que as mudanças incluem a otimização de processos e estruturas organizacionais para tornar as operações mais enxutas e eficientes.
A empresa já começou a reduzir o quadro de funcionários, incluindo de contratos temporários. Todavia, ainda não está claro se a medida afetará o escritório central da Mercedes-Benz na China ou suas unidades produtivas em parceria com fabricantes locais.

De volta à China, outras montadoras também revisam suas estratégias para o mercado chinês. A Volkswagen, por exemplo, adotou a abordagem “Para a China, na China”, investindo em startups locais e utilizando plataformas de fabricantes chineses. A Porsche reduziu o quadro de funcionários após três anos seguidos de queda nas vendas, totalizando 56.887 unidades em 2023, uma retração de quase 30% em relação ao ano anterior. A BMW também não renovou contratos de trabalho, afetando entre 2% e 5% da força de trabalho, e planeja novas reduções.
Por fim, a Mercedes-Benz enfrenta dificuldades para vender seus elétricos na China. Em janeiro, foram vendidas 153 unidades do sedã EQE, uma queda de 78,5% em relação às 715 unidades do mesmo período do ano anterior. O EQE SUV teve 179 unidades comercializadas, queda de 87,6% na comparação anual e de 51,4% em relação a dezembro.