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Ranger Limited 2024: a pick-up com atributos para superar a Hilux

Modelo vem mais equipado e tecnológico e quer brigar pela liderança com a boa reputação da líder de vendas

Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.

Versão chega por R$ 319,9 mil ou R$ 339,9 mil com um pacote interessante de opcionais
Versão chega por R$ 319,9 mil ou R$ 339,9 mil com um pacote interessante de opcionais

Em um ano de novidades importantes para o segmento de pickups, a Ford Ranger é a única do segmento a estrear uma nova geração. Fruto de um projeto global para 180 mercados, seu desenvolvimento começou ainda em 2018, na Austrália. De lá para cá, muita coisa mudou e a Ford tem um grande desafio de fazer da Ranger um sucesso de vendas para incomodar a líder Toyota Hilux e deixar a Chevrolet S10, bem como sua concorrente de desempenho, Volkswagen Amarok, para trás.

Picape tem ângulo de saída de 26º
Picape tem ângulo de saída de 26º

A versão Limited é a joia da coroa dentro da estratégia da Ford. Chega por R$ 319,9 mil ou R$ 339,9 mil com um pacote interessante de opcionais. O R7-Autos Carros testou a novidade durante o seu lançamento em Mendoza, na Argentina.

Pickup tem entre-eixos de 3,27 m, o que se reflete na amplitude da cabine
Pickup tem entre-eixos de 3,27 m, o que se reflete na amplitude da cabine

O visual fica muito mais parrudo, agora alinhado a produtos de sucesso como a F-150, e é bem semelhante à Maverick. Mas ela cresceu e ficou mais alta, fruto das soluções do seu design e dimensões das novas peças. E são 2.700 componentes redesenhados nessa geração.

Ranger 2024 ficou mais comprida, com 5,37 m, e 4 cm mais alta, com 1,88 m
Ranger 2024 ficou mais comprida, com 5,37 m, e 4 cm mais alta, com 1,88 m

Ela ficou mais comprida, com 5,37 m, 4 cm mais alta, com 1,88 m, e com melhor distribuição entre-eixos, de 3,27 m, o que se reflete na amplitude da cabine. A largura é de 2,20 m e a caçamba — mais alta — comporta 1.250 l, levando ainda 1 t de carga, e com capacidade de 3,5 t de reboque. Na estamparia, o nome Ranger na tampa traseira, em relevo, e os racks laterais na caçamba fazem a Ranger parecer ainda maior. Externamente tudo é novo: da dianteira com faróis em duplo C, que envolvem a grade cromada mais ampla, às linhas de pára-choque angulosas; o ângulo de ataque é de 30º, o de saída, de 26º, altura livre do solo de 235 mm e capacidade de imersão de 800 mm.


No aspecto geral, o acabamento está mais simples
No aspecto geral, o acabamento está mais simples

Por dentro, o aproveitamento de espaço fica evidente. São só 3 cm a mais de entre-eixos, mas com uma distribuição melhor no painel, altura e bancos. No entanto, no aspecto geral, o acabamento está mais simples e a Ford poderia ter arriscado mais, com molduras mais pronunciadas no painel ou tons de cor diferentes. Os bancos são de couro — robustos mas simplificados —, mas poderiam trazer alguma identidade da versão, mesmo adotando um assento na cor preta.

Multimídia está na vertical e tem 12 pol, com sistema Sync4
Multimídia está na vertical e tem 12 pol, com sistema Sync4

No entanto, há revestimento de couro nas portas, algo incomum no segmento, bem como no tabelier do painel. O volante tem boa empunhadura e bons ajustes, o painel digital tem gráficos muito claros, animados e eficientes, com 12 pol, bem como a multimídia vertical no mesmo tamanho. Ela usa o sistema Ford Sync4 e incorpora, além de conexão sem fio, Bluetooth e rádio, uma câmera de alta resolução (360º nesta versão), manual do veículo e conexão com o aplicativo da Ford no celular. Ele também monitora a vida útil do óleo e não estabelece prazo fixo para a troca. Para isso é preciso acompanhar pelo aplicativo.


Painel digital tem gráficos muito claros, animados e eficientes
Painel digital tem gráficos muito claros, animados e eficientes

Outra grande novidade está no motor 3.0 V6, que é importado da Europa/Índia, e o câmbio, dos Estados Unidos (o mesmo do Mustang e da F-150). Com 250 cv e 60 kgfm, o motor privilegia força em baixas rotações e libera a transmissão em altas velocidades para chegar à décima marcha. Ficou mais elástico e silencioso, a ponto de a pickup não parecer a diesel. Vamos ver se ao receber biodiesel na composição a relação de vibrações vai mudar quando ela chegar ao Brasil.

Mesmo em piso arenoso e de baixa tração o sistema de controle 4WD eletrônico faz seu papel
Mesmo em piso arenoso e de baixa tração o sistema de controle 4WD eletrônico faz seu papel

Testamos a Ranger ao pé da Cordilheira dos Andes, em condições de off-road, pista de areia e pavimentos de baixa aderência, além de poucos trechos urbanos. Fica evidente a calibração mais confortável, mais precisa, com intervenções eletrônicas suaves e sem tantos solavancos. O banco traseiro é confortável e levemente inclinado para trás. Os passageiros agradecem a gentileza. Outra providência foi afastar os amortecedores das longarinas, permitindo um rodar suave como o de uma Nissan Frontier, porém com mais potência.


Modelo tem motor 3.0 V6, que entrega 250 cv e 60 kgfm
Modelo tem motor 3.0 V6, que entrega 250 cv e 60 kgfm

Mesmo em piso arenoso e de baixa tração, o sistema de controle 4WD eletrônico faz seu papel, bem como o bloqueio de diferencial. Controle de descida e modos 4x4 em alta, baixa velocidade e 4x2 também estão disponíveis, em um novo botão seletor que concentra ainda os seis modos de condução. Entre eles há um modo trailer que auxilia nas manobras, tal qual a F-150.

Modelo tem ângulo de ataque de 30º
Modelo tem ângulo de ataque de 30º

A direção elétrica é nova e a ergonomia permite um estilo de condução mais próximo do de um automóvel. Nessa versão há câmera dianteira para maior segurança em aclives. Só ficou faltando um shift paddle atrás do volante, mas é possível fazer trocas manuais pela alavanca no console central.

Volante tem boa empunhadura e bons ajustes
Volante tem boa empunhadura e bons ajustes

Neste primeiro contato foi possível perceber o quanto a Ford Ranger evoluiu. Ela tem atributos superiores aos da Toyota Hilux, que custa quase a mesma coisa. Porém a marca japonesa tem reputação de máxima confiança e pós-venda, algo que a Ford está reconstruindo após a decisão de não mais fabricar carros pequenos no Brasil e no mundo. “Queremos fazer o dono de uma Hilux entrar na Ford Ranger para conhecer nosso produto”, provoca Antonio Baltar, diretor de Marketing da Ford.

Multimídia tem conexão com Android Auto e Apple CarPlay
Multimídia tem conexão com Android Auto e Apple CarPlay

E, neste primeiro momento, só estarão disponíveis para reserva as versões mais caras: Limited e XLT. As versões de entrada devem estar disponíveis a partir de setembro. Lá a briga vai ser boa, após a estreia da Fiat Titano, que terá como foco o uso profissional. “Vai ser uma carnificina”, diz Baltar sobre esse disputado e amplo segmento com mercado anual de 120 mil veículos no país.

Mudanças vão desde o desenho até estrutura e motorização
Mudanças vão desde o desenho até estrutura e motorização

Até lá, a Ranger tem força para brigar em pé de igualdade pela liderança num mercado disputado e com consumidores que conhecem seu produto. Nesse sentido, vale mesmo conhecer as novidades da Ranger, disposta a reconquistar e conquistar compradores para a pickup mais equipada entre os modelos médios.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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