Programa nuclear do Irã pode ser moldado para propósitos militares, afirma especialista
Pesquisadora de relações internacionais comenta recusa do país persa em manter diálogo com Washington
Conexão Record News|Do R7
“O programa nuclear iraniano pode ser moldado para fins militares”, diz Giovana Branco, doutoranda de ciência política da USP, sobre a decisão do país de não retomar negociações com os Estados Unidos. Para ela, o projeto iraniano tem problemas desde o início e não se limita apenas ao uso pacífico, como alega o governo de Teerã.
Ao Conexão Record News desta quarta-feira (16), Giovana comenta que “o tipo de tecnologia não é tão diferente” entre usos civis e militares, e que o Irã mantém conhecimento técnico, apesar dos ataques recentes. Ela lembra que, mesmo com usinas atingidas, os cientistas do país ainda conseguem produzir o equipamento necessário para enriquecer urânio.
"O Irã está de fato enfraquecido, mas ainda tem, sim, o conhecimento necessário para esse enriquecimento [de urânio]. E a realidade é que nós nunca tivemos a certeza sobre esse enriquecimento do urânio dentro do Irã para fins militares, já que a Agência Internacional de Energia Atômica não consegue fazer as vistorias ali. E isso faz com que o Irã seja sempre visto como um estado perigoso, justamente quando a gente pensa na criação de bombas nucleares", finaliza.
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