‘Banco Central está puxando o freio e o governo está acelerando’, diz professor sobre alta da Selic
Copom decidiu aumentar, nesta quarta (19) a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, sob justificativa das incertezas econômicas e do risco inflacionário
Jornal da Record News|Do R7
“O Banco Central está puxando o freio de mão e o governo está acelerando. As duas políticas deviam estar alinhadas”, avalia Mauro Rochlin, coordenador acadêmico da FGV (Fundação Getúlio Vargas), em entrevista ao Jornal da Record News desta quarta-feira (19).
Diante das incertezas econômicas e da inflação acima da meta, com acúmulo superior a 5% nos últimos 12 meses, o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou o aumento da taxa Selic para 14,25% ao ano. A medida impacta o crédito e desmotiva o consumo para conter a alta dos preços.
Rochlin relembra que, na última semana, o governo iniciou ações que vão na direção oposta da decisão do BC, como o estímulo ao crédito consignado privado e a liberação do saldo do FGTS.
“São juros muito altos. Então, se o governo tivesse uma disposição maior de conter gastos, fazer uma política fiscal mais contracionista, moderada e responsável, acho que a gente não teria visto essas altas mais recentes da taxa de juros”, pondera.
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