Ministro da Previdência diz ter receio de que CPI do INSS atrase ressarcimento de aposentados
Wolney Queiroz afirmou temer que grupo de investigação vire ‘palco político’ e defendeu apuração da PF e CGU
Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, disse ter receio de que uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar desvios do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) afete o processo de ressarcimento de aposentados e pensionistas.
A colocação veio nesta terça-feira (10) a deputados da Comissão de Previdência. Wolney também fez ponderações que uma investigação de parlamentares pode ser transformada em “palco político”, em vez de atender os afetados pelos desvios.
“Meu receio é que CPI atrase ressarcimento, que a CPI se transforme em palco de disputa política enquanto interesse do cidadão fica em segundo plano”, disse.
Wolney Queiroz também disse considerar que uma CPI deve avançar quando não há uma investigação em curso e argumentou que a situação do INSS tem sido apurada pela Polícia Federal e pela CGU (Controladoria-Geral da União).
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Pedidos de CPI
O Congresso conta com dois pedidos para investigar desvios no INSS. Uma das propostas foi indicada na Câmara e recebeu o nome de “CPI do Roubo dos Aposentados”, mas a extensa fila de pedidos de grupos de investigação ainda não levou a um avanço do grupo.
O segundo pedido é voltado para uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que funcionaria com deputados e senadores. A proposta deve avançar assim que houver uma sessão do Congresso, com possibilidades de desdobramentos ainda em junho.
Apesar do cenário, o avanço dos trabalhos é previsto apenas para o segundo semestre, dado o recesso parlamentar. Nos bastidores, esse calendário é visto como um período que não afete investigações em andamentos pela PF e pela CGU.
Força-tarefa do governo
O ministro da Previdência também defendeu que a pasta está com uma força-tarefa para apurar os desvios e diz que 103 servidores públicos foram demitidos desde o início das apurações, em 2023.
Wolney ainda afirmou que as principais entidades associativas — que aplicaram os golpes em aposentadorias — tiveram funcionamento iniciado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O R7 entrou em contato com o ministério para detalhes dos valores, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
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