Análise: entenda o que muda após o Irã suspender cooperação com a agência nuclear da ONU
Presidente iraniano colocou em vigor, nesta quarta (2), a lei que restringe as inspeções da AIEA
Conexão Record News|Do R7
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, colocou em vigor, nesta quarta-feira (2), a lei para suspender a cooperação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). O Irã acusa a instituição de se aliar com países ocidentais e justifica que os ataques aéreos de Israel no dia 12 de junho começaram um dia depois do conselho da agência votar uma declaração afirmando que o país persa violava as obrigações do tratado de não proliferação nuclear.
A nova lei estipula que qualquer inspeção futura das instalações nucleares do Irã pela agência nuclear da ONU precisa da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional de Teerã. Em paralelo, o ministro das Relações Exteriores do país afirmou que o bombardeio norte-americano contra Fordow danificou gravemente a instalação.
Em entrevista ao Conexão Record News, Manuel Furriela, mestre em direito internacional pela USP (Universidade de São Paulo), analisa que tal medida pode dificultar mais o acesso de órgãos internacionais, mas não por parte do governo, mas sim pelo aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, assim como já ocorria anteriormente. Para Furriela, o parlamento iraniano tomou a decisão focado na população, para mostrar que estava dando uma resposta a Israel.
Segundo o professor, antes mesmo dessa decisão, qualquer tipo de análise externa deveria passar pela aprovação do líder supremo, o que não mudaria agora, somente sendo dificultada: “O que efetivamente preocupa, com esse sinal, é que, provavelmente, as autorizações que o aiatolá chegou a dar para fiscalizações internacionais fiquem agora mais restritas”, completa.
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