Tsunami gerado por terremoto não deve causar grandes estragos na América do Sul, diz geólogo
Chile iniciou protocolo de evacuação após fenômeno atingir Galápagos, no Equador
Hora News|Do R7
“O terremoto está entre os seis maiores já registrados pela humanidade”, diz o geólogo Fábio Reis sobre o tremor ocorrido na costa da Rússia, na noite de terça-feira (29), que gerou alertas de tsunami em vários países. Segundo ele, apesar da magnitude alta, o impacto foi menor por ter ocorrido em área com poucas pessoas. “O estrago não foi tão alto assim”, explica o especialista.
Ao Hora News desta quarta-feira (30), Reis avalia que o risco para a América do Sul é limitado. “Essas ondas devem chegar em torno de 3 a 4 m de altura”, avalia o professor sobre as colunas de água que surgem dos terremotos. Ele afirma que as áreas costeiras, principalmente no Chile, devem manter o alerta de perigo, embora as ondas não devam atingir as cidades.
Reis esclarece ainda que nem todo terremoto oceânico gera tsunami. “Você tem que ter uma diferença de nível no fundo do oceano”, explica. Ele também destaca que a profundidade do epicentro e o tipo de solo são determinantes para os danos. “Se ele tivesse ocorrido próximo a grandes centros urbanos poderia ser um estrago muito grande”, alerta o geólogo.
“Praticamente ocorre um terremoto a cada minuto” na região afetada, que é conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, explica o especialista. A área compreende limites de placas tectônicas ao redor do Oceano Pacífico e inclui países como Chile, Estados Unidos, Japão e Rússia. “Toda essa região é o limite da placa tectônica do Pacífico”, que colide com outras placas, como a sul-americana, o que provoca forte liberação de energia e gera terremotos.
Segundo ele, o Brasil está localizado no centro da placa sul-americana, longe dos limites entre placas. “Os terremotos que nós temos no Brasil são de baixa magnitude”, afirma Reis. Mesmo assim, há uma remota possibilidade de que sismos no meio do Oceano Atlântico provoquem tsunamis que cheguem à costa brasileira. “A probabilidade é baixa, mas existe”, comenta o especialista.
O especialista também destaca a relação entre terremotos e a atividade de vulcões. “Quando você tem a movimentação do terremoto com a movimentação ao longo da falha, pode ser que facilite a ascensão de magma”, explica. Nesses casos, um vulcão que estava adormecido pode entrar em erupção. Isso ocorre, por exemplo, na Cordilheira dos Andes, onde há colisão de placas tectônicas e formação de montanhas e cadeias de vulcões.
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