Desconsiderar alimentos da Selic pode distorcer impactos da inflação para consumidores; veja análise
Vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu, na última segunda (24), que o Banco Central estude tirar alimentos e energia do cálculo da taxa básica de juros
Jornal da Record News|Do R7
“Essa é uma discussão que, se fosse colocada em pauta, deveria ser em outro momento, quando a inflação estivesse baixa, não agora que ela está puxada pelos alimentos”, avalia Ricardo Hammoud, professor do Ibmec, sobre a proposta do vice-presidente Geraldo Alckmin para o Banco Central desconsiderar o preço dos alimentos e da energia dos cálculos da Selic.
Em entrevista ao Jornal da Record News desta quinta-feira (27), o economista afirma que a sugestão não parece adequada com o atual cenário econômico e seria uma forma de 'maquiar' a taxa básica de juros — índice supera 5% no acumulado de 12 meses, mesmo com a tolerância de 4,5% na meta.
“Fazer isso em um país como o Brasil, com nível de inflação alto, é ruim, porque vai distorcer o quanto que o aumento de preços está impactando no bolso dos consumidores. A cesta de consumo sem alimento e energia vai ter uma inflação mais baixa e vai parecer que as pessoas não estão perdendo dinheiro”, pondera Hammoud.
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