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Ausência de negociação do tarifaço americano 'impactou de forma negativa' a piscicultura brasileira

Cadeia produtiva nacional tem como principal destino das exportações os Estados Unidos

Record News Rural|Do R7

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Em entrevista ao Record News Rural de quinta-feira (7), o presidente da Peixe BR (Associação Brasileira de Piscicultura), Francisco Medeiros, destaca como as taxações de 50% sobre os produtos brasileiros impostas por Donald Trump afetam o mercado da piscicultura brasileira, já que os Estados Unidos são os maiores importadores de filé de tilápia.

Medeiros diz que, conforme as estatísticas, o Brasil terminaria em primeiro lugar como país que mais exporta peixe para os EUA, mas que, com esses imprevistos, o resultado certamente será afetado. "Se nós analisarmos, inclusive esse ano, cada mês a gente estava dobrando as exportações, quando comparava com o ano anterior, e nos últimos três, quatro anos a gente tem feito isso", afirma.

Segundo o executivo, "em 2022 a 2023 nós éramos o oitavo exportador de filé fresco para os Estados Unidos. Terminamos 2024 já com o segundo [lugar], e na nossa projeção a partir dos resultados dos primeiros seis meses, nós terminaríamos 2025 como maior exportador de filé fresco" para o país.

Ele comenta ainda que a cadeia produtiva da tilápia no Brasil enfrenta um momento crítico devido à combinação de dois fatores: a suspensão das exportações de peixe fresco para os Estados Unidos e a recente abertura do mercado nacional ao produto do Vietnã.

Medeiros destaca que os produtores brasileiros estão recebendo menos do que no mesmo período do ano passado, as indústrias estão vendendo mais barato e o consumo interno está em baixa por conta do inverno. 


Além disso, ele critica a falta de isonomia nas exigências sanitárias, já que os frigoríficos vietnamitas operam com protocolos menos rigorosos do que no Brasil — o que, segundo ele, confere vantagem competitiva ao produto importado.

“Com esses protocolos que eles têm lá, eles ganham competitividade e nós perdemos”, ressalta ao alertar que, se um frigorífico brasileiro adotasse os mesmos padrões do Vietnã, seria fechado e o proprietário poderia até ser preso.

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