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Analfabetismo funcional impede exercício de cidadania plena, analisa professora

Pesquisa mostrou que três em cada dez brasileiros entre 15 a 64 anos eram considerados analfabetos funcionais em 2024

Conexão Record News|Do R7

Três em cada dez brasileiros são analfabetos funcionais, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (5). Os dados evidenciaram que em torno de 29% da população de 15 a 64 anos estava nesse grupo em 2024, quando foi feita a pesquisa. O número é igual ao registrado em 2018. O estudo considera analfabeto funcional quem consegue apenas ler palavras isoladas, frases curtas, ou identificar números familiares, como endereços ou preços. A pesquisa também demonstrou que a taxa de analfabetos é maior entre pessoas com 40 anos ou mais. 


Em entrevista ao Conexão Record News desta terça-feira (6), Claudia Costin, especialista em educação, pontua que, apesar de parte desses resultados ser reflexo dos anos de pandemia, os órgãos públicos também possuem parcela de culpa por não investirem em medidas de recomposição dos aprendizados perdidos. Uma das medidas, sugerida pela especialista, para solucionar o problema, é o investimento em reforços para os alunos e em educação integral, além da importância da educação de jovens e adultos. 

“Um adulto, alguém com mais de 40 anos, que não consegue ler a direção de um ônibus, um bilhete curto, ele não tem direitos. Ele não conseguir exercer a sua cidadania plenamente e nem poder ter um trabalho em tempos de inteligência artificial é muito triste”, comenta a educadora. 

Claudia também destaca que a progressão continuada pode ser um agravante nesses índices, sendo algo que não ocorre em países mais desenvolvidos, que possuem outras culturas, sendo mal visto o professor que passa o aluno sem aprender. No entanto, ela reforça que essa é uma mentalidade que precisa mudar combinada com a valorização dos professores no Brasil. 

“É uma outra forma de ensinar, é o professor ser percebido cada vez mais, ser preparado e remunerado para isso, como um assegurador de aprendizagem e não um mero fornecedor de aulas expositivas, nós temos que mudar a forma que a gente ensina”, completa. 

A professora conclui que fatores como violência e desigualdade ficam mais evidentes quando há problemas discrepantes na educação, sendo o investimento no ensino de qualidade a melhor forma de diminuir o problema. Ela reforça que, quanto menor a estimulação dos alunos, principalmente dos que não possuem estrutura familiar de apoio, maiores são as chances de evasão escolar e a introdução desses jovens em atividades ilícitas.

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